Souza Cruz obtém ótima classificação

Rio 

– A Souza Cruz foi a empresa com melhor desempenho para os seus acionistas em 2002, de acordo com o ranking Agência Estado/Economática divulgado semana passada. Distribuindo 80% do lucro líquido para seus investidores, a empresa encabeça a lista pelo segundo ano consecutivo. Além disso, também semana passada, recebeu a classificação “brAAA” da Standard & Poor?s, mostrando “uma capacidade muito forte” de cumprir seus compromissos financeiros. Caso incomum.

Poucas empresas chegam aos 100 anos de idade, completados mês passado, esbanjando tanta saúde. E saúde, como se sabe, não é exatamente o negócio da empresa, que em 2002 vendeu 82 bilhões de cigarros, abocanhando 77,2% do mercado legal brasileiro – apesar dos tempos antitabagistas e concorrendo com a indústria pirata, que detém um terço do mercado total do País. Afinal, qual o segredo do sucesso?

“É um negócio muito rentável, com retorno de venda em cinco dias, em dinheiro vivo, e inadimplência praticamente nula”, explica Alexandre Garcia, analista do setor de fumo e tabaco da Espírito Santo Securities.

Mas há outras estratégias importantes, diz Milton Cabral, vice-presidente da companhia. “Para a empresa se manter altamente lucrativa, tivemos que fazer um esforço de racionalização muito forte e muito investimento em tecnologia”, conta. “Há dez anos, tínhamos dez mil funcionários. Hoje, são 4.200.”

Esse dever de casa, como diz Garcia, inclui um afinado sistema de logística, capaz de suprir em 24 horas qualquer um dos 200 mil pontos de distribuição direta da empresa, em todo o País, onde sete das dez marcas mais vendidas levam a assinatura da Souza Cruz. Resultado: seus papéis subiram 54% em 2002, ano em que ela teve uma receita líquida de R$ 2,8 bilhões, contando o faturamento com exportação de folhas de fumo, favorecida pela desvalorização do real.

Ou seja: a empresa respira bem e nem chega a se engasgar com a principal concorrente, a Philip Morris, que fica com apenas 13% do mercado legal. Aliás, concorrentes mesmo seriam dois: a indústria pirata e a alta tributação do cigarro. Por sinal, um ajuda a alimentar o outro. “Quando se diminui a carga tributária, a fatia do mercado ilegal acaba sendo reduzida”, garante Garcia.

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