A indústria da construção continua desaquecida e os índices de confiança e expectativa dos empresários do setor demonstram menos euforia. De acordo com a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta quarta-feira, 27, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador do nível de atividade atingiu 44,3 pontos em fevereiro, ligeiro de 0,3 ponto em relação a janeiro, mas 1,9 ponto abaixo do registrado em igual período de 2018. O índice de emprego atingiu 2,9 pontos, 0,4 ponto acima do registrado em janeiro, mas 1,2 ponto abaixo do nível observado há um ano.

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O índice da pesquisa da CNI varia de zero a 100, sendo que valores abaixo de 50 pontos indicam queda do nível de atividade e do emprego. Na avaliação da CNI, os índices tiveram uma leve melhora justificada, talvez, pelo fim do período sazonal desfavorável do início do ano. Mas esse movimento “ainda não sugere uma recuperação consistente”.

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A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) atingiu 56% em fevereiro, um aumento de um ponto porcentual em relação a janeiro, mas queda de 1 p.p. frente ao verificado em fevereiro de 2018. Essa variação, segundo a CNI, deu-se em razão de um leve aquecimento do setor de construção de edifícios.

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Confiança

Com a estagnação do setor, o Índice de Confiança do Empresário (ICEI-Construção) caiu pelo segundo mês consecutivo e atingiu 59,8 pontos em março. O índice representa uma queda de 3,5 pontos em relação a fevereiro, mas ainda é 6,5 pontos maior que a média histórica e continua acima da linha divisória de 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança. “A queda deste mês é resultado da piora da avaliação dos empresários sobre as condições atuais dos negócios e das perspectivas em relação ao desempenho das empresas e da economia nos próximos seis meses”, informa a Sondagem.

Com a queda na confiança, a pesquisa registrou que os empresários do setor estão menos dispostos a investir. O índice que mede a intenção de investimento caiu para 34 pontos em março ante 36 pontos em fevereiro. Essa foi a segunda queda consecutiva do indicador, que continua em patamar muito baixo. “As dificuldades no cenário político diminuem a previsibilidade dos agentes econômicos. Isso se reflete em uma postura mais cética dos empresários, principalmente em relação a investimentos de longo prazo”, diz a economista da CNI Dea Fioravante.

A sondagem mostra ainda que os empresários estão cautelosos em relação ao futuro. Os indicadores de expectativas sobre nível de atividade e de compra de insumos e de matérias-primas recuaram em março na comparação com fevereiro. O índice de número de empregados ficou estável e o de novos empreendimentos e serviços subiu 0,4 ponto. A CNI destaca que, mesmo assim, os indicadores se mantêm acima da linha divisória dos 50 pontos, o que mostra que os empresários ainda esperam o crescimento do setor nos próximos seis meses.

A Sondagem Indústria da Construção foi feita entre os dias 1º e 19 de março, com 492 empresas.