Socióloga ensina como o dinheiro deve ser tratado

A socióloga Glória Maria Garcia Pereira se define como pioneira no ramo de consultoria de riqueza. Ela fez um estudo e concluiu que o brasileiro tem seis estilos no tratamento diário com o dinheiro. Autora do livro A Energia do Dinheiro, refere-se a ele como “uma energia ligada às emoções de cada um”.

Glória acha fundamental que você aprenda a linguagem do dinheiro e descubra em que estilo se enquadra para, então, tirar proveito da situação. Assinala que aprendemos a lidar com cédulas e moedas a partir dos três anos. “Logo de cara temos o escravo, o tipo que faz tudo por dinheiro e está sempre preocupado com ele.” Na prática isso é ruim, pois o dinheiro é uma energia de troca: “O dinheiro se torna senhor dessa pessoa, que se transforma em alguém bem desagradável. A libertação só ocorre quando o escravo compreende e afasta a energia negativa, perseguindo o equilíbrio”, diz.

O oposto do escravo é o desligado. Segundo Glória, professor, jornalista e médico são as profissões que mais se repetem nesse perfil. “São pessoas que adoram o que fazem, mas não se ligam na parte financeira. Não gostam de fazer compras nem controlam os cheques, estão desplugados.” Entende que tais pessoas devem buscar ajuda “para se educarem em finanças”.

Outro par: o consumista e o entesourador. Glória concluiu que 60% das pessoas que vivem nos grandes centros se enquadram no perfil de consumista. “Compram mesmo não tendo dinheiro, com cartão de crédito ou cheque pré-datado. E até coisas que não querem”, lamenta. Essas pessoas só pensam no hoje e vivem em conflito familiar por causa de contas estouradas e dívidas acumuladas. Tão problemático quanto o consumista é o seu oposto: “O entesourador morre de medo de ficar pobre. Só guarda, só pensa no futuro e morre sem usufruir a fortuna”.

Glória também catalogou a dupla confuso e raivoso. O primeiro está sempre dividido entre amor e dinheiro. “Ele tem dinheiro, é generoso e amoroso. Mas está sempre desconfiado de que os outros dele se aproximam só pelo dinheiro.” Também nesse caso, aconselha o confuso a aprender a lidar com o assunto. “Isso vai melhorar até a sua situação afetiva.” Diz que o fato é comum entre filhos de pais separados que “por uma questão de culpa, dão mais do que deveriam aos filhos, em termos materiais”.

O que tem raiva de quem tem dinheiro vive no meio da riqueza, mas não é educado para entender os limites. Está sempre reclamando que a família tem muito dinheiro, mas não faz uso do mesmo. “Infelizmente é onde ocorrem aqueles conflitos e tragédias em que filhos matam os pais”, alerta.

Evite dar muita importância aos tabus

Para a jornalista e escritora de assuntos esotéricos, Eddie Van Feu, só não é próspero quem não quer. Mas ela reconhece que muitas vezes as pessoas não sabem que são as principais responsáveis pelo fato de a riqueza estar afastada de suas vidas. Ela atribui a situação aos muitos tabus que dominam a sociedade brasileira.

Eddie entende que a cultura católica liga o dinheiro e a riqueza a coisas negativas. “As pessoas crescem com a noção de que o dinheiro é sujo ou com um sentimento de culpa por ter dinheiro. Resultado: ele simplesmente some de suas vidas ou passa a ser algo quase inatingível”, resume. Destaca que Jesus Cristo pregava o desapego e a humildade e não a pobreza. “Ele era simples, mas gostava de mirra, de fartura”, assinala.

Desesperar-se por dinheiro também é condenado por ela. “Não se pode ficar dependente do dinheiro, ser escravizado por ele. Tem de haver desapego, se não o dinheiro vai embora.” Ela chega até a compará-lo à relação homem-mulher. “Quando a mulher se descabela por um homem e fica feito um grude, o homem foge. Com o dinheiro é a mesma coisa. Você pode até ganhar muito, mas vai perder em dobro, porque ele chega através de uma energia poluída”, adverte.

O preconceito em torno do dinheiro deve ser varrido da vida de quem pretende se dar bem financeiramente. “O dinheiro tem energia, que é do valor que representa. Se você não está sintonizado com essa energia, ele vai embora”, diz. Critica as pessoas com “mania de pobreza”. Segundo ela, isso se verifica nas pequenas coisas como “economizar palito, reaproveitar garrafa de plástico para pôr água na geladeira, colar objetos, guardar peças de enxoval que nunca serão úteis e outras mesquinharias”.

Ela é partidária da tese de que dinheiro parado não ajuda ninguém. “Toda energia tem de ser reciclada. Até água parada fica podre”, argumenta. “Ninguém deve se apegar a objetos e isso ocorre porque as pessoas têm medo de não conseguir aquilo de novo. Guardar um brinco quebrado para lembrar de alguém realmente não vale a pena.”

Nesse ponto, Eddie defende novos empregos. “Se as coisas não se quebrarem, se não jogarmos fora objetos e comprarmos novos, não haverá mais empregos.” Mas deixa claro que não é para gastar mais do que se ganha nem deixar para o futuro a realização de seus maiores sonhos. “Realize hoje.”

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