Sinduscon-SP cobra política habitacional permantente

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção de São Paulo (Sinduscon-SP), Sergio Watanabe, cobrou do governo federal a implementação de uma política habitacional permanente no Brasil. O objetivo, segundo ele, é transformar o Minha Casa Minha Vida em um programa definitivo, aumentando a visibilidade de empresários sobre o nível de demanda no setor e a perspectiva de investimentos.

O Sinduscon-SP defendeu a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 285, de 2008, conhecida como PEC da Habitação. A proposta determina a vinculação de recursos orçamentários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios aos respectivos fundos de habitação de interesse social, garantindo um fluxo constante de recursos para os programas de moradia.

“O governo poderia perenizar o Minha Casa Minha Vida, aprovando essa PEC”, afirmou Watanabe nesta segunda-feira, 29, durante evento que reúne empresários e representantes do governo federal e estadual para discutir gargalos e propostas para o Minha Casa Minha Vida. Watanabe acrescentou que uma política habitacional permanente é importante para que “empresários, cidadãos e setores da sociedade tenham previsão de investimentos, mas também expectativas de quando o déficit habitacional será zerado”. Segundo mencionou, o Brasil tem carência de

5,2 milhões de moradias. “O setor de construção civil precisa se preparar para atender a uma demanda deste tamanho”, completou.

Pesquisa

Sondagem divulgada também nesta segunda-feira, 29, pelo Sinduscon-SP, em parceria com CBIC e FGV e com 66 construtoras que trabalham com empreendimentos Minha Casa Minha Vida, mostrou que 38% dos empresários afirmam ter muita dificuldade de investir em processos produtivos. Outros 52% dizem ter um pouco de dificuldade, enquanto apenas 11% descartam problemas.

O principal gargalo para realizar os investimentos está na baixa oferta de trabalhadores especializados para contratação. Esse item atingiu 77,7 pontos em uma escala que vai de zero a 100, sendo que valores acima de 50 indicam dificuldades. Em seguida, aparecem os custos de novos equipamentos e processos (74,0 pontos), burocracia de instituições financeiras (70,6 pontos), falta de escala para investimentos (66,4 pontos), incidência tributária na adoção de processos industrializados (66,4 pontos) e oferta de bens e serviços necessários (60,5 pontos).

Apesar da existência de gargalos para atuação no Minha Casa Minha Vida, a maior parte das construtoras (53,0%) considerou as dificuldades similares às da construção de empreendimentos fora do programa do governo federal. Já 42,0% dos empresários consultados disseram que as dificuldades de atuar no Minha Casa são maiores do que o usual, enquanto 5,0% acreditam que o programa oferece menos empecilhos que o usual.