O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Charqueadas vai entrar no Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul com pedido de ação contra a Iesa Óleo e Gás e a Petrobras para garantir os direitos dos cerca de mil funcionários que serão dispensados no polo naval do município depois da rescisão de contrato entre as duas empresas.

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De acordo com o presidente da entidade, Jorge Luiz Carvalho, a decisão de apresentar uma ação coletiva foi tomada após uma audiência realizada nesta quinta-feira, 20. “A Iesa condicionou os pagamentos devidos a um possível aditivo de contrato com a Petrobras. Isso é absurdo”, afirmou.

O contrato original assinado entre Iesa e Petrobras previa a fabricação de 24 módulos para plataformas do pré-sal, no valor de US$ 800 milhões. Em crise financeira – seu controlador, o grupo Inepar, está em processo de recuperação judicial -, a Iesa teve dificuldade de levar o projeto adiante e não conseguiu finalizar nenhum módulo. A rescisão foi anunciada no início desta semana, após vir a público o envolvimento de executivos da Iesa no escândalo de corrupção da Petrobras.

Segundo Carvalho, o objetivo da ação judicial é que a Iesa oficialize a dispensa dos funcionários, libere o Fundo de Garantia e entregue as carteiras de trabalho para que eles possam buscar novas oportunidades no mercado. “Mas para isso é preciso haver verba, e a Iesa não tem esta verba. Por isso, a Petrobras também será citada no processo como corresponsável pela demissão dessas pessoas”, afirmou.

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No momento, os trabalhadores da Iesa em Charqueadas estão em casa, aguardando notificação da empresa sobre seu desligamento. O sindicato se reuniu nesta sexta-feira, 21, com o governador gaúcho, Tarso Genro (PT), que acionou uma equipe para trabalhar no caso.

Além de garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados, o governo estadual e a prefeitura de Charqueadas pretendem encontrar uma saída para reocupar o espaço deixado pela Iesa no polo naval, mantendo aquecida a economia da região. A solução ideal, admitem, seria que a Petrobras contratasse uma empresa que assumisse pelo menos parte da encomenda dos módulos em Charqueadas – algumas unidades devem ser produzidas na China.

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