Sindicalistas não querem a indexação

São Paulo

  – Representantes das principais centrais sindicais decidiram que não vão propor ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a volta da indexação salarial. Houve consenso sobre o assunto em reunião ontem na sede da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT). Os sindicalistas decidiram ainda que, em fevereiro, deverão enviar propostas de reformas ao futuro presidente.

No encontro de ontem, os dirigentes sindicais decidiram realizar nos dias 16 e 17 de janeiro um seminário na capital paulista, no qual vão formar grupos de trabalhos sobre diferentes temas. “A partir desses grupos é que serão elaboradas as propostas para em fevereiro enviarmos ao Lula”, afirmou o secretário sindical do PT, Heiguiberto Navarro.

Entre os temas que provavelmente serão discutidos pelos sindicalistas, por meio dos grupos, estão as questões das reformas sindical e trabalhista, previdenciária e tributária, além de propostas para geração de emprego e renda e organização do Estado.

O PT pediu aos sindicalistas união em torno de temas comuns. “O momento é de colaboração. É preciso deixar as vaidades ideológicas de lado”, disse Guiba. Ao comentar as atuais pressões inflacionárias, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse ser contrário ao gatilho e a favor da livre negociação. “Se a inflação passar de dois dígitos, nós vamos lutar para repor as perdas. É preciso manter o poder de compra dos trabalhadores”, disse Paulinho.

Em relação à reposição salarial, o presidente da CUT disse que prefere discutir o assunto “à luz dos fatos dados”. “Se a inflação voltar é que nós vamos discutir qual a melhor forma de reajuste. Não é momento para conjecturas, mas não queremos trabalhar com indexação nem com gatilho.” O presidente da CGT, Antônio Carlos dos Reis, o Salim, também disse estar preocupado com a volta da inflação. “Nenhuma central sindical quer gatilho.”

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