Brasília – O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse ontem que divergências internas do governo não devem abalar a confiança dos investidores estrangeiros na política econômica do país. Ele se referia a críticas feitas pelo chefe da Casa Civil, José Dirceu, pedindo sugerindo mudança da política econômica.

“Seria injustiça dizer que duas ou três declarações podem contrariar o processo de equilíbrio econômico que está sendo feito no Brasil”, disse Palocci. Segundo ele, não haverá qualquer mudança na política econômica. Para Palocci, as divergências dentro do governo entre ele e o ministro da Casa Civil, José Dirceu, em áreas como marcos regulatórios e investimentos em infra-estrutura devem ser vistas com tranqüilidade.

“Seria um contra-senso, depois de fazer com que os indicadores tenham todos melhorado e aberto a possibilidade de crescimento para o país, o governo falar em mudar a política econômica.” Para o ministro, com a inflação sob controle, a questão agora é como garantir que a economia aproveite os ganhos obtidos e consiga iniciar o período de crescimento. A turbulência dos últimos dias se explica com base em três temores. O primeiro foi a “sinalização inesperada do Banco Central” sobre a eventual volta da inflação. A segunda foi a percepção, dos investidores, de que a recuperação da atividade econômica será pequena. E a terceira é que a liquidez internacional para investir em países como o Brasil vai cair.

E um exemplo de que alguma coisa está acontecendo, é o ritmo de entrevistas do ministro Antonio Palocci nos últimos dias. “É porque há algum tipo de questionamento. Não haveria razão (para tantas entrevistas) se não houvesse questionamento”, disse ontem um analista do mercado. E falando muito, Palocci, disse coisas que ainda ão conseguiu provar. Segundo ele, pela primeira vez em 10 anos, a carga dos tributos federais sofreu redução – 2003 em relação a 2002 – contrariando os estudos que apontavam para o aumento da carga, provocado principalmente pelo fim da cumulatividade do PIS e da Cofins.

Embora não disponha de números consolidados, Palocci afirmou que as contas preliminares mostram que a carga tributária foi 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo de 2002. Palocci criticou alguns analistas que falavam em uma carga de 40% este ano, contra os 36% de 2002.

“Pela primeira vez na última década nós não fizemos um ajuste repassando os custos à sociedade”, comentou. O ministro enfatizou que este foi uma determinação do governo, que prometeu não aumentar a carga e trabalhar, no longo prazo, para sua redução.”

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