Depois da polêmica declaração de que a redução dos spreads praticada pelos bancos públicos não é sustentável, o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, previu ontem que será possível uma queda “agressiva” das taxas ao longo dos próximos meses. O spread – diferença entre o custo de captação do dinheiro e o do cobrado nos empréstimos – tem sido alvo de uma queda de braço entre governo e bancos.

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“Ao longo dos próximos meses, vamos ter condições de fazer uma queda mais agressiva dos spreads”, previu. Segundo ele, há hoje um “pico de inadimplência” nas operações de crédito dos bancos, o que tem sido a principal causa do valor ainda alto dos spreads. Mas esse quadro tende a se reverter com a retomada da economia e o aumento do emprego, da renda e das vendas das empresas.

O executivo rebateu a avaliação de integrantes do governo de que a inadimplência é usada como desculpa para manter os spreads altos. “Não é uma questão de falar em tese, mas de fatos. É só olhar os indicadores do Banco Central, que apontam que a inadimplência subiu bastante”, alegou. Segundo o BC, a inadimplência no sistema financeiro atingiu 5,9% dos créditos em julho, o maior valor da série estatística iniciada em 2000. Setubal ressaltou que os balanços dos bancos também mostram perdas decorrentes do aumento da inadimplência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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