O novo Plano de Proteção do Emprego (PPE), fechado entre o governo, as empresas e as maiores centrais sindicais do País é duramente criticado por figuras importantes das próprias centrais. Um manifesto da ala de extrema esquerda da Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgado nesta quinta-feira, 9, afirma que o PPE é um “tiro no pé” dos trabalhadores.

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“Os patrões pagam salários reduzidos com a redução da jornada e quem complementa até o máximo R$ 900 é o FAT, cujos recursos são dos próprios trabalhadores!”, diz o manifesto, assinado pelo sindicalista Júlio Terra, da corrente chamada “CUT Independente e de Luta”. Ele faz menção ao arcabouço do PPE, que permitirá a redução de até 30% da jornada e dos salários dos trabalhadores pela companhia. O governo, no entanto, vai pagar o equivalente a 15% do salário do trabalhador com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O acordo do PPE valerá por seis meses prorrogáveis por mais seis, no máximo. Além disso, a empresa será obrigada a manter o funcionário por mais quatro meses após o prazo final de um ano.

“O trabalhador manterá o emprego por no máximo 1 ano, com salário e benefícios reduzidos. Depois terão estabilidade de no máximo 4 meses. Se não der certo, isto é, se o Plano Levy seguir gerando recessão e desemprego, como a própria CUT analisa, ele vai para a rua!”, escreveu o sindicalista.

No lado da Força Sindical, as críticas são feitas pelo ex-presidente Paulo Pereira da Silva da entidade, o deputado federal Paulinho (SD-SP). Paulinho tem condenado internamente o apoio dado pela central ao PPE e na Câmara dos Deputados já defendeu que o governo deveria arcar com todo o corte de salário que as empresas aplicarão.

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Na cerimônia de anúncio do PPE, no Palácio do Planalto, os ministros do governo Dilma Rousseff estavam acompanhados por lideranças sindicais que representam metalúrgicos e químicos da CUT e da Força Sindical.