Setor moveleiro espera dias melhores

O setor moveleiro não deve repetir este ano o mesmo desempenho obtido no ano passado, quando o faturamento cresceu 19% em relação a 2003. Para aqueles que exportam, a desvalorização do dólar tem sido um obstáculo importante. Além disso, o aumento do custo de produção – incluindo o preço da madeira e salários da mão-de-obra especializada -, e o próprio cenário econômico, devem fazer com que 2005 termine sem deixar saudades.

Mas nem tudo está perdido. A 10.ª Feira de Móveis, que acontece até domingo no Pavilhão de Exposições do Parque Barigüi, em Curitiba, está sendo uma oportunidade ótima tanto para quem quer vender como para aqueles que querem fazer contatos e tornar a marca mais conhecida. Também para o consumidor é uma oportunidade de comprar móveis com preços abaixo dos praticados nas lojas, além de conhecer novidades.

Para o sócio-gerente da Móveis Irimar, Edemir Zappelinni, a crise política é um dos fatores que afetou a venda de móveis. ?No ano passado, as vendas estavam bem melhores. Este ano, um pouco pela instabilidade política e econômica, as pessoas estão comprando menos?, afirmou. Outro agravante, segundo Zappelinni, é a variação cambial. A fábrica exporta entre 10% e 15% da produção para países como o Chile, México, Porto Rico e países árabes. ?Por causa da desvalorização do dólar, não estamos buscando novos clientes. Apenas mantendo?, disse. Entre as tendências, Zappelinni cita as linhas retas, tanto para a madeira (estantes, cadeiras, dormitórios) como estofados.

?Quem tem dinheiro está guardando. A maioria mesmo está deixando para comprar no ano que vem?, afirmou o gerente da Chaplin Móveis e Decorações, Valmir Denk. ?Tem bastante gente, mas muitos estão só olhando.? A Chaplin, que tem fábrica em Rio Negrinho (SC), está oferecendo desconto de 30% para os móveis vendidos na feira. O preço de uma sala de jantar – o carro-chefe da empresa – varia entre R$ 1,7 mil e R$ 5 mil. Com relação aos custos dos móveis, Denk afirmou que o preço da madeira (maropá) vem subindo, enquanto o MDF vem baixando. ?A madeira responde sozinha por quase 50% do custo de um móvel?, afirmou.

Queda de 30% em relação ao ano passado é quanto a Atlanta Móveis, com sede também em Santa Catarina, vem registrando em 2005. A informação é do gerente Adelir Carvalho da Silva. ?Até 2004, as vendas vinham crescendo. Mas este ano, caíram?, disse. Segundo ele, com o crédito facilitado, as pessoas estão cheias de contas para pagar e adiando novas compras.

Linha antiga

Especializada em móveis antigos, a fábrica O Baluarte, de Vassouras (RJ), está pela primeira vez participando da feira. Para o gerente Wilson Barthem da Costa, as expectativas são bastante positivas. ?Falaram que em Curitiba não há muitos móveis nesta linha?, disse. Cristaleiras de madeira, com vidros e espelhos, jogos de mesas com marchetaria e escrivaninhas – aquelas em modelos bem tradicionais – são alguns dos produtos à venda. ?Atingimos um público específico e não chegamos a concorrer com móveis de design moderno?, afirmou Costa.

Em 2004, o setor mobiliário movimentou US$ 4,27 bilhões no Brasil – 19% mais do que em 2003. Em todo o País, há 16 mil empresas – cerca de 2,1 mil no Paraná. O setor gera 28 mil empregos no Estado e participa com 10% das exportações brasileiras.

Serviço: A 10.ª Feira de Móveis acontece até domingo, no pavilhão do Parque Barigüi. Horário: segunda a sexta, das 17h às 22h. Sábado, das 14h às 22h e domingo, das 14h às 21h. Entrada: mediante convite ou R$ 6,00 para pessoas de 13 a 59 anos. Informações: (41) 3335-3377 ou www.diretriz.com.br

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