Os pedidos de recuperação judicial alcançaram em agosto o menor patamar do ano, depois de terem subido a partir de novembro em consequência da crise econômica mundial. De acordo com o Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações, divulgado hoje, foram assinalados 47 requerimentos de recuperação no mês passado, ante 72 ocorrências em julho. A queda, segundo a Serasa Experian, empresa especializada em análise de crédito, está ligada à retomada da economia a partir do segundo trimestre.
A redução, de acordo com a Serasa Experian, pode indicar que a situação do crédito para as companhias começa a voltar ao normal, como tem ocorrido com os consumidores. No acumulado de 2009, os pedidos aumentaram. De janeiro a agosto, foram solicitadas 510 recuperações, ante 185 no mesmo período de 2008. Segundo os técnicos, a elevação mostra que os obstáculos financeiros das empresas, sobretudo com o aperto de liquidez, exigiram propostas de renegociação com os credores. Essa realidade se reproduz nas recuperações deferidas e concedidas, fases mais avançadas desse processo.
Falências
As solicitações de falência também caíram em agosto, ainda que em menor intensidade. No mês, foram 210 pedidos em relação aos 216 de julho. A respeito das falências decretadas, foram 66 em agosto e 67 em julho. Segundo os técnicos, a ampliação no número de requerimentos de falências pode ser explicada pela cobrança de débitos vencidos e não-honrados. No caso das falências decretadas, são anotadas três situações para as empresas: as que atingiram o grau máximo de dificuldade financeira, as que não realizaram as exigências para solicitar a recuperação judicial e as que não se recuperaram nos processos.
No acumulado de janeiro a agosto, foram 1.595 pedidos de falência em todo o País, um resultado superior aos 1.505 de mesmo período de 2008. Para os próximos meses, a expectativa dos analistas é de que os dados de falências e recuperações mostrem volumes menores, em consequência da retomada econômica, especialmente no último trimestre do ano.