A inadimplência de pessoas jurídicas caiu 16,6% no primeiro semestre do ano na comparação com igual período de 2003, segundo estudo divulgado ontem pela Serasa, empresa especializada em análise de crédito. Nos primeiros seis meses do ano passado, o indicador tinha registrado alta de 7,3% em relação ao primeiro semestre de 2002.

A redução da taxa de inadimplência das empresas é resultado do crescimento da economia, do melhor controle dos estoques e da melhor administração do orçamento por parte das empresas, com a renegociação de preços e prazos com os fornecedores, segundo a Serasa.

A redução no número de empresas inadimplentes pode ser entendida como um sinal de recuperação da economia brasileira, assim como os recentes indicadores positivos de emprego e produção industrial. O aumento das vendas, que dão mais recursos para o pagamento de compromissos, ocorreu principalmente no setor industrial e de agronegócios, favorecido pela exportações.

Apesar da melhora, a Serasa ressalta que o aumento da carga tributária e dos preços administrados e as altas taxas de juros ainda dificultam a regularização dos débitos.

Ainda de acordo com a Serasa, os títulos protestados representam 45% das dívidas em atraso de janeiro a junho de 2004. No mesmo período do ano passado, esse percentual era de 49%. O valor médio de cada título no ano é de R$ 1.313. Os cheques sem fundos também têm participação significativa na inadimplência das empresas, com 36% do total dos registros – valor médio de R$ 1.150.

Entre as pessoas físicas, a inadimplência subiu 1% nos primeiros seis meses do ano em relação ao mesmo período de 2003. Apesar do aumento, a alta indicou uma desaceleração do ritmo de crescimento de endividados, já que no ano passado a alta nessa mesma comparação foi de 5,3%. Na relação de junho com o mês anterior, a inadimplência caiu 4,5%.

SPC

O SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) também registrou que a inadimplência no país está caindo. De acordo com pesquisa divulgada ontem, até a segunda dezena de julho 2,59 milhões de pessoas regularizam suas dívidas no mês, contra 2 milhões que entraram no cadastro de inadimplentes, o que dá um saldo positivo de 590 mil pessoas.

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