Seminários vão debater os preços de referência

A partir de amanhã o Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite) vai promover seminários de divulgação em oito cidades do Estado. Os encontros mostrarão como o Conselho funciona e os critérios de acompanhamento dos preços do setor. Participam dos seminários o presidente do Conseleite, Ronei Volpi; o vice-presidente, Wilson Thiesen; e os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), José Roberto Canziani e Vânia Di Addario Guimarães, além de autoridades locais. Os seminários acontecerão em Ponta Grossa (amanhã, 17), Guarapuava (também amanhã, 17), Francisco Beltrão (18), Marechal Cândido Rondon (18), Umuarama (19), Maringá (19), Santa Fé (20), e Ivaiporã (20).

O Conseleite é integrado por indústrias de lácteos, produtores de leite e assessorado por coordenadores do Departamento de Economia Rural e Agronegócio da Universidade Federal do Paraná. Foi criado há menos de seis meses e reúne hoje nove indústrias de laticínios, além de representantes dos produtores de leite.

O cálculo dos preços referência é resultado de metodologia semelhante à adotada pelo Consecana para definir o preço-referência da cana-de-açúcar produzida no Paraná. A responsabilidade por esta tarefa pertence à UFPR, que também coordena a câmara técnica do grupo de lácteos.

O Conseleite foi instalado em outubro do ano passado com o objetivo de reduzir conflitos entre produção e a agroindústria de lácteos. É uma parceria inédita no País, que oferece subsídios à formação de cotações do setor, estabelece parâmetros e vai divulgar mensalmente um preço médio referência do leite-padrão a ser pago ao produtor rural.

Entre os fatores do cálculo do preço-referência vão entrar os custos de produção da matéria-prima e os custos industriais, a participação da matéria-prima nos produtos e o resultado da comercialização do mix de produtos de cada empresa mês a mês. A tendência é de os valores pagos ao produtor apresentarem uma variação em torno de 25% do preço-referência, em uma escala de -10% a +15%, dependendo da qualidade do leite resfriado entregue à indústria, e dos teores de gordura, proteínas, contagem de células somáticas, e temperatura. No exemplo de um valor fixado em R$ 0,37/litro/leite-padrão, a oscilação iria de R$ 0,33/l a R$ 0,45/l de leite.

A primeira etapa de viabilização da idéia envolveu a assinatura de convênio entre a Funpar, Sindileite e Faep, incluindo a definição do mix, ou seja, dos 14 principais derivados lácteos fabricados no Estado. Na fase seguinte foram revisados os principais sistemas de produção de leite existente no Paraná, consolidados em quatro e verificado o porcentual que cada um representa no quadro estadual. “É um novo modelo que nasce com a idéia de remunerar a matéria-prima a partir do preço de comercialização de derivados de leite”, explicam os professores José Roberto Canziani e Vânia Addario Guimarães, representantes da UFPR e coordenadores da Câmara Técnica.

O Conseleite é formado por 22 representantes da indústria e produção, 11 de cada lado, indicados respectivamente pelos produtores e indústria, além da UFPR, que é a fiel depositária dos dados. As agroindústrias são a Sudcoop (Medianeira), Confepar (Londrina), Batavia (Carambeí), Leco- Vigor (Santo Inácio), Latco (Cruzeiro do Oeste), Líder (Lobato), Pic-Nic (Tapejara) Ubá (Ivaiporã), e Coopavel (Cascavel), empresas que respondem por cerca de 80% da produção estadual de leite e comercializam sua produção em 20 estados brasileiros.

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