Fiep

Seguro-desemprego e inovação preocupam construção civil

A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) reuniu nesta terça-feira (8) empresários e lideranças de todo o Estado no Fórum Setorial da Construção Civil. Entre as principais preocupações do setor estão o seguro-desemprego, que na avaliação dos empresários contribui com a informalidade e a falta de mão de obra, e o acesso à inovação que, segundo eles, é uma ferramenta ainda distante dos canteiros de obras.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR), Normando Antonio Baú, destacou, também, a preocupação do setor com o risco jurídico. Na opinião dele, o poder Judiciário monitora cada passo do empresário da construção civil, criando penas e multas que travam o desenvolvimento do setor. “O empresário é tratado como réu. Não temos nenhuma abertura para o diálogo com o Judiciário. Não acordamos pela manhã com o propósito de enganar nossos os brasileiros. Nós estamos no mercado para gerar emprego, renda e contribuir com o desenvolvimento do País”, comenta Baú.

Para o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, o setor enfrenta problemas devido ao bom momento que vive. “A construção civil passou ilesa pela crise de 2008 e, ainda que existam críticas ao governo, programas como PAC e Minha Casa Minha Vida, entre outros, impactaram diretamente no aquecimento do setor”, disse.

Campagnolo também destacou a importância do diálogo e a aliança entre a Fiep, os sindicatos e os empresários. “O Fórum Setorial é o melhor momento para dialogar sobre as necessidades. A Fiep tem feito esforço na defesa dos interesses do setor produtivo paranaense junto aos governos, mas é preciso que todos se envolvam e cada um faça a sua parte”, disse.

Outras demandas, como a capacitação da mão de obra, a transformação do Lactec em um centro de excelência em formação tecnológica aos moldes do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Positivo

Além das demandas do setor, os participantes também destacaram os pontos positivos da atuação do Sistema Fiep. Na opinião dos dirigentes sindicais e dos empresários da construção civil, os programas de capacitação, educação, saúde e segurança do trabalho do Senai e do Sesi destacam a Federação. Outro aspecto favorável, segundo eles, é a abertura para o diálogo e a aproximação da Fiep com o Sinduscon, na capital e, principalmente, no interior do Estado, que a nova gestão da Fiep tem demonstrado.

Este é o terceiro Fórum da Construção Civil promovido pela Fiep. O setor é um dos que mais cresce no Brasil. Um levantamento feito com dados de 2010 apontou 173 mil empresas e 2,6 milhões de empregos gerados no país. No Paraná, são 15,7 mil empresas e 151 mil trabalhadores.

Além da discussão sobre as demandas do setor, o terceiro encontro de empresários e dirigentes sindicais da construção civil começou com uma visita técnica à fábrica de cimentos Itambé, no município de Balsa Nova. Os participantes puderam conhecer os investimentos da empresa paranaense fundada há 30 anos, que responde por 14% do abastecimento no Sul do Brasil e que está prestes a inaugurar a sua terceira planta fabril.