Segundo The Economist, Brasil é agora um país de classe média

O Brasil, anteriormente notório por seus extremos, é agora um País de classe média, afirma a revista The Economist que chega nesta sexta-feira (12) às bancas. A publicação trata do crescimento de uma parte da população brasileira caracterizada pelo emprego na economia formal, acesso ao crédito e propriedade de um carro ou uma moto.

A revista discute o crescimento de 44% para 52% da classe média no País desde 2002, considerando as famílias com renda entre R$ 1.064 e R$ 4.561, conforme a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Portanto, essa faixa já representa mais de metade da população.

A melhora da qualidade da educação e a migração dos empregos informais para os formais são apontados como fatores responsáveis pelo movimento, conforme Marcelo Neri, da FGV. “O rápido crescimento do crédito, que não existia até recentemente em razão das elevadas taxas de juros, tem ajudado a estimular o poder de compra da classe média”, diz a Economist.

Até cirurgias plásticas podem ser feitas a prestações no País, ressalta a revista. A demanda por produtos de beleza dessa parte da população pode ser reflexo do padrão estabelecido pelas novelas, produzidas no Rio de Janeiro. Conforme a publicação, a classe média brasileira é mais consciente na hora do consumo do que a da América do Norte e da Europa. No entanto, não gosta de comprar em lojas que pareçam baratas.

Do ponto de vista político, a Economist diz que no passado as pesquisas mostravam a preferência pelo PSDB, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em detrimento do PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Agora, com a ascensão da classe D para C, esse cenário se altera. “Mas permanece irônico que esta grande transformação social, que foi atingida em parte pela abertura comercial com o resto do mundo, possa acabar apoiando um partido que, até recentemente, era favorável à autarquia.