Segundo o Dieese, inflação volta a penalizar os mais pobres

A inflação na capital paulista voltou a ser maior para os mais pobres, em janeiro, segundo a equipe de técnicos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A instituição classifica como estrato 1 o grupo das famílias de menor poder aquisitivo, com renda média de R$ 377,49. Para esse conjunto de pessoas, a inflação média do primeiro mês de 2008 foi de 0,98%, enquanto para o estrato 2 (com renda de R$ 934,17) o Índice do Custo de Vida (ICV) foi de 0,86% e, para o estrato 3, com renda média de R$ 2.792,90, de 0,87%.

Em relação a dezembro de 2007, o Dieese destacou que os indicadores de inflação registraram queda geral. No estrato 1, a diferença de um mês para o outro foi de recuo de 0,36 ponto porcentual; no estrato 2, queda de 0,39 ponto e, no estrato 3, de 0,09 ponto. ?As variações de preços dos bens e serviços no mercado consumidor final, associadas às diferentes formas de despender dos paulistanos, resultam em impactos inflacionários distintos, de acordo com o poder aquisitivo das famílias que compõem os vários estratos de renda?, explicaram os técnicos.

Os profissionais destacaram que o aumento no preço dos alimentos prejudicou mais as famílias de menor nível de rendimento, pois contribuiu com 0,76 ponto porcentual no cálculo de sua taxa. Os efeitos da alta nos alimentos diminuem à medida que aumenta o poder aquisitivo das famílias.

?Comportamento distinto verifica-se nos impactos originários dos reajustes da Educação, cujas contribuições, nos cálculos das taxas por estrato, são diretamente correlacionadas com a renda familiar?, disseram os técnicos do Dieese. Para as famílias de menor poder aquisitivo, a alta na Educação contribui com 0,10 ponto; para aquelas com nível intermediário de rendimento, o impacto é de 0,15 ponto e, para as do estrato 3, chega a 0,35 ponto porcentual.

As contribuições dos aumentos no Transporte tiveram origem na elevação ocorrida no transporte individual e obedeceram ao mesmo desempenho da Educação, ou seja, tiveram maior impacto para o estrato 3 (0,09 pp), vindo a seguir o estrato 2 (0,05 pp) e com menor peso para o estrato 1 (0,03 pp). A retração verificada nos gastos com Saúde beneficiou igualmente as famílias pertencentes aos estratos 2 e 3 (-0,05 pp), e um pouco menos às do estrato 1 (-0,03 pp), uma vez que a queda deveu-se ao comportamento verificado nos valores de seguros e convênios médicos.

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