Segundo instituto, medida à exportação não atinge custo de produção

As medidas anunciadas nesta terça-feira (12) pelo governo para compensar as perdas com o dólar desvalorizado aos setores exportadores deve ter um efeito limitado por não atingirem os custos de produção. Para o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), Edgard Pereira, o foco das iniciativas está nos investimentos e não na produção corrente, que produziria efeito imediato sobre o desempenho dos setores.

"Todas as desonerações tributárias estão vinculadas à aquisição de máquinas e equipamentos. Dessa forma, as empresas que tenham projetos de investimentos poderão usufruir das linhas anunciadas pelo governo." Ele ressalta, no entanto, que, como os setores beneficiados enfrentam dificuldades em virtude do real valorizado, o impacto deve ser mais limitado. "Se o setor tem problemas na produção corrente, as expectativaS para fazer investimentos não são muito positivas", afirmou.

Pereira destaca entre as medidas anunciadas a adoção de uma tributação diferenciada para as importações de vestuário e acessórios, para combater o subfaturamento da entrada destes produtos no país. Ele diz acreditar ainda que as medidas são "uma indicação positiva" de que o governo busca reduzir os impactos da desvalorização do dólar. "Agora, as medidas não alcançaram os custos de produção. É nesse sentido que elas são limitadas e não teriam impacto imediato sobre o emprego", avalia acrescentando que a desoneração da folha de pagamentos, que não entrou no pacote, poderia contribuir para a retomada dos postos de trabalho perdidos pela queda das exportações dos setores.

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