Segundo a CNI, indústria deve crescer mais no 4.º trimestre

O economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Paulo Mol avaliou nesta terça-feira (4) que o crescimento da atividade industrial no quarto trimestre deste ano deve ser maior do que no segundo e no terceiro trimestres. Ele destacou que os dados de outubro são bastante favoráveis, já que todos os indicadores do mês são positivos. Mol observou que "não é usual" ter todos os dados mensais positivos.

Ele informou que o crescimento da atividade econômica se deu em quase todos os setores industriais, com destaque para máquinas, equipamentos e automóveis. Mol atribuiu essa melhoria da atividade industrial ao aumento da demanda interna que, segundo ele, está num patamar nunca observado nesta década. Segundo o economista, a demanda interna avança cerca de 6% ao ano.

Mol disse que um dos fatores que impulsionam o aumento da demanda é a elevação dos gastos públicos, principalmente por meio do reajuste dos benefícios sociais do governo, que geram mais consumo. Outro fator, segundo o economista, é o aumento da oferta de crédito, que beneficia principalmente a compra de bens de consumo duráveis e bens de capital.

Ele destacou que o setor automotivo é um setor que tem um poder dinamizador da economia, porque puxa o crescimento de outros setores, como a cadeia siderúrgica e a indústria de autopeças, borracha e plástico. "O mês de outubro é o pico da produção industrial, mas, em 2007, está muito acima do pico de outubro de 2006, o que é explicado pela demanda interna muito favorável, o que já nos descortina a possibilidade de um resultado, no quarto trimestre, melhor do que no segundo e no terceiro trimestres.

Mol disse acreditar que as vendas industriais devem fechar o ano com uma alta próxima de 5,4% – resultado já obtido em 2004 e o melhor da série histórica iniciada em 2003. Ele disse também que o resultado de outubro surpreendeu, por vir mais forte do que o esperado. "Não esperava que fosse tão forte, por causa da valorização do dólar, em outubro, que foi de 5,2% em relação a setembro", disse. As vendas industriais indicam o faturamento das empresas, que tem sido impactado pela valorização do real. Mol observou que o câmbio é um dos grandes limitadores do crescimento das vendas reais.

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