Secovi-SP: venda de imóveis novos recua 45% em janeiro

A capital paulista registrou em janeiro o menor volume de vendas de imóveis novos desde 2004, com recuo de 45% em relação a igual período do ano anterior, passando de 1.508 para 830 unidades, segundo pesquisa divulgada hoje pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP). Em relação a dezembro, quando foram vendidas 4.960 unidades, o resultado representa queda de 83,3%. Os lançamentos, por outro lado, registraram leve alta de 1,9% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado, somando 601 unidades.

Segundo a entidade, a performance reflete um forte efeito da tradicional sazonalidade do período de férias. Em nota, o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, considera o recuo pontual e pondera que ainda é cedo para traçar tendências.

Os imóveis com idade máxima de 180 dias desde o lançamento representaram 74% do total comercializado no mês. Vale lembrar que os seis primeiros meses a partir do lançamento tradicionalmente concentram o maior esforço de divulgação do produto. O segmento de dois quartos somou 37% do total comercializado na capital. Imóveis com três dormitórios ficaram com a segunda maior participação, com 31% do total. Já as unidades de quatro dormitórios atingiram participação de 20,4%.

Em termos de área útil, cerca de 36,4% das unidades comercializadas no primeiro mês do ano tinham área útil média entre 46 e 65 metros quadrados. Outros 24,6% possuíam área entre 66 e 85 metros quadrados. O indicador vendas sobre oferta (VSO) da cidade de São Paulo desacelerou de 29,2% em dezembro para 6,7% em janeiro. Em janeiro de 2010, o indicador estava em 11,3%. O VSO expressa a relação entre o volume de unidades vendidas e a oferta existente no mês.

Grande SP

As vendas de imóveis novos caíram 32,5% em janeiro na comparação com igual período do ano anterior na região metropolitana de São Paulo, que engloba 38 cidades e a capital. No período foram comercializados 2.535 imóveis, dos quais 32,7% estavam localizados na capital.

Segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), os lançamentos da região metropolitana somaram 1.610 imóveis no período, com a capital respondendo por 37,3% do total (601 unidades). Enquanto a capital mostrou expansão de 1,9% no número de unidades lançadas em relação a um ano antes, a região metropolitana registrou queda de 4,7%. No segmento de imóveis comerciais, janeiro contou com o lançamento de apenas um empreendimento, com 31 conjuntos, na capital.

Para Celso Petrucci, é nítida a tendência de redução da relevância da cidade de São Paulo nos resultados da região. Até 2006, a capital representava de 74% a 80% do mercado e, desde então, vem passando por um processo gradual de queda de participação. Segundo o Secovi-SP, esse recuo se deve à legislação urbana restritiva da cidade de São Paulo, que diminuiu o potencial de edificação e tem, consequentemente, levado à migração dos empreendimentos para outras cidades.

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