A safra paranaense de milho normal 2002/2003 está estimada em 7,268 milhões de toneladas, com redução de quase 4% em relação à safra 2001/2002, que totalizou 7,560 milhões de toneladas. A área plantada no Estado – de 1,43 milhão de hectares – ficará 5% menor que a da safra anterior, já que o início do plantio, em agosto, foi prejudicado pela estiagem no Norte e Noroeste. Mas agora as chuvas freqüentes e bem distribuídas vem beneficiando o desenvolvimento da cultura no Paraná, maior produtor de milho do País.

Segundo informações do Deral (Departamento de Economia Rural), 68% das lavouras estão em fase de desenvolvimento vegatativo. A previsão é que 98% da área esteja plantada até o final deste mês. O Deral estima que a colheita da safra normal de milho comece na segunda quinzena de janeiro, com a perspectiva de se colher em torno de 3% da área neste período, o equivalente a aproximadamente 220 mil toneladas. O pico da colheita ocorre em março e abril.

O Deral estima que 600 mil toneladas de milho da safra 2001/2002 (normal e safrinha), 6,3% da safra total, esteja disponível para venda ou na mão dos produtores, depositada em armazéns das cooperativas. No mesmo período do ano passado, havia 1,8 milhão de toneladas (14% da produção) disponível. “O produtor de milho no Paraná não está segurando a produção, e as razões para os altos preços são: menor produção, valorização do dólar, inserção do Brasil no mercado mundial como exportador e baixos estoques no mercado interno”, aponta a engenheira agrônoma Vera da Rocha Zardo, coordenadora da Divisão de Conjuntura Agropecuária do Deral.

A avaliação dele é que as grandes empresas consumidoras de milho têm estoque suficiente para consumo próprio até a entrada da nova safra. “Quem está sendo penalizado pela escassez da oferta são os pequenos criadores, principalmente os suinocultores, que estão tendo a sua atividade inviabilizada pelo alto custo deste insumo”, comenta Vera.

Mercado

Nos últimos dias, os preços do milho começaram a recuar no Paraná, caindo R$ 1,36 desde o dia 27 de novembro quando atingiu o pico de R$ 23,47. Segundo Vera, a queda foi motivada pela redução na TEC (Tarifa Externa Comum do Mercosul), com o objetivo de diminuir os custos para importação de milho; perspectivas de boa safra 02/03 com a normalização do clima; e descolamento dos preços de milho no mercado interno em relação a paridade de exportação, paralisando as vendas no mercado externo. O Paraná não deve comprar milho do exterior devido à demora da internalização e ao maior custo (cerca de R$ 31 a saca).

Porém a preocupação com o desabastecimento persiste na próxima safra. O ajuste entre oferta e demanda somente ocorrerá se a safrinha de milho, colhida de junho a agosto, apresentar um desempenho satisfatório. “Caso contrário, poderá ser mais um ano complicado para os consumidores”, diz a agrônoma.

Mas a primeira previsão para a safrinha de milho, indica acréscimo de 100% na produção, de 4 milhões (podendo chegar a 4,2 milhões de toneladas), ante 2 milhões de toneladas colhidas neste ano. A área plantada deve crescer 17%, passando para 1,2 milhão de hectares. “O aumento na produção se deve ao crescimento de área e recuperação de produtividade. Esse ano a safrinha teve quebra de 40%, prejudicada pela estiagem”, salienta Vera. A maior área da safrinha é plantada entre fevereiro e março.

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