Safra de grãos começa a congestionar BR-277

O início do escoamento da safra de grãos do Paraná e estados vizinhos já provocou filas de caminhões na BR-277, no sentido Curitiba-Paranaguá. Segundo a concessionária Ecovia, na segunda-feira à noite a fila estava no quilômetro 30, com aproximadamente 900 caminhões parados no acostamento. Ontem, a fila diminuiu. Pela manhã, chegou ao km 15, devido à queda de energia no pátio de triagem do Porto de Paranaguá. Com os computadores desligados, não houve movimentação de caminhões das 7h às 9h. Mas assim que o problema foi sanado, a fila ficou ao redor do km 12, considerada normal pela Polícia Rodoviária Federal.

No pátio de triagem, são liberados entre 100 e 150 caminhões por hora. Como o tempo em Paranaguá ontem não estava chuvoso, o embarque dos navios foi normal. O porto está operando 24 horas por dia. Desde sexta-feira, quando começou o escoamento da safra de soja, foram carregados quatro navios para Roterdã.

O fluxo de caminhões rumo ao porto deve durar até o fim do mês de junho. Nesse período, a Appa prevê que 1,4 milhão de caminhões descarreguem em Paranaguá. Em fevereiro, mais de 18 mil caminhões passaram pelo pátio de triagem, dos quais 15 mil carregados com o complexo soja (grão, farelo e óleo). Anteontem, o porto bateu o recorde de caminhões no pátio: 1.712, contra a média de mil no pico da safra de soja. “O maior bloco deste Carnaval no Paraná foi o bloco da soja”, festejou o superintendente da Appa, Eduardo Requião.

O Deral (Departamento de Economia Rural) estima que a safra de verão paranaense registre este ano um crescimento de 14,5% em relação a 2002, motivado sobretudo pelo preço atrativo. Confirmada essa previsão, a colheita deve chegar a 23 milhões de toneladas. Somente de soja, a previsão é que sejam colhidos 10,5 milhões de toneladas. Para exportação devem ser destinados entre 5,5 milhões e 6 milhões de toneladas de soja em grão. Para o milho, segundo produto em exportação, a previsão é de produção de 7,3 milhões de toneladas.

Por causa da supersafra, a direção do porto reprogramou o carregamento dos navios. O objetivo é evitar as filas, através de um programa semanal acertado com cooperativas e exportadores. Eles devem enviar ao porto, durante a semana, somente o volume de soja previamente definido. Em 2002, depois de implantado o sistema, as filas, que tinham chegado a até 100 quilômetros, diminuíram razoavelmente. Ao invés de quatro dias que os caminhoneiros perdiam nas filas até o desembarque, eles já podiam deixar Paranaguá em apenas 24 horas.

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