O próximo final de semana terá uma hora a mais de duração para a maior parte da população do País. À meia-noite de sábado para domingo, os relógios deverão ser atrasados em uma hora e voltar a marcar 23h em todos os Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além de Bahia, Tocantins e Distrito Federal. O sábado prolongado irá compensar a hora suprimida dos relógios há 104 dias, em 3 de novembro, quando o horário de verão começou.

Será o final de mais uma edição – a 29.ª do horário de verão brasileiro -, medida adotada pela primeira vez em 1931 mas que só virou hábito a partir de 1985, não só por causa da sua efetividade (aumenta a segurança operacional das instalações do sistema elétrico no período de maior demanda) mas, também, pela boa receptividade da população.

Em termos numéricos, a redução da demanda máxima na ponta do sistema interligado é estimada em 3% – ou cerca de 1.550 megawatts, potência equivalente a uma vez e meia a demanda máxima de toda a Região Metropolitana de Curitiba, incluindo a Capital.

No sistema operado pela Copel, a redução deverá se situar na casa dos 5%, a exemplo dos outros dois estados do Sul e repetindo o percentual de edições anteriores do horário de verão. A potência liberada no momento de ponta, aproximadamente 150 megawatts, é comparável à demanda de Londrina, o segundo maior centro urbano no Estado, onde existem mais de 150 mil unidades consumidoras ligadas.

Consumidor

Conforme pesquisas de opinião, habitualmente realizadas pela Eletrobrás com o intuito de aferir a aceitação da coletividade, dois em cada três brasileiros alcançados pelo horário de verão apreciam e mostram-se favoráveis à medida. Entre as razões apontadas estão a sensação de que a tarde dura mais, incentivando o lazer e o convívio com a família, e a segurança de voltar para casa ao final do expediente ainda com o dia claro.

Folga operacional

Para o sistema elétrico, a principal vantagem do horário de verão é permitir uma folga às condições de operação de usinas, linhas e subestações no período crítico do dia, entre 18 e 21 horas. Isso é conseguido pelo descompasso que a alteração do horário provoca no comportamento das curvas de demanda máxima das diversas categorias de usuários: o momento de pico do consumo residencial, por exemplo, deixa de coincidir com o pico do acendimento das lâmpadas da iluminação pública, evitando sobrecargas no sistema. A mesma folga também permite programar paradas em usinas e outras instalações para manutenção sem riscos ao atendimento do mercado.

A diferença entre os percentuais de redução de demanda do País (3%) e dos estados do Sul (5%) é explicada pela posição geográfica em relação à linha do equador, onde dias e noites têm a mesma duração o ano todo. Quanto mais afastado do equador, mais longos serão os dias em comparação às noites durante o verão. E dessa forma, maior vai ser a eficácia do horário de verão.

Economia ficou abaixo da meta

A média da redução de consumo de energia em todo País foi, até agora, de 0,2%. O percentual está abaixo da meta definida pelo Ministério de Minas e Energia, que era de 0,6%.

A explicação dada pelo ministério para a economia de eletricidade abaixo da meta é de que a população, depois do racionamento de energia, já vinha consumindo menos eletricidade. Outro motivo alegado é o maior uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores devido à onda de calor que afeta as regiões do país.

Em compensação, a redução da demanda (uso de energia nos horários de pico – entre 17h e 22h), chegou a 4,5%, acima dos 4% esperados pelo governo. Esse percentual de redução é suficiente para construir uma usina hidrelétrica com capacidade de gerar 1.600 MWs, o equivalente ao consumo de uma cidade como Curitiba (PR).

O objetivo central do horário de verão é justamente reduzir o uso de energia nos horários de pico, para manter a segurança do sistema elétrico do país.

continua após a publicidade

continua após a publicidade