Rússia: sanções podem ter impacto “significativo” no PIB

O Ministério de Finanças da Rússia alertou que mais sanções ocidentais devido à crise na Ucrânia podem ter um “impacto negativo significativo” no Produto Interno Bruto (PIB).

Em uma das avaliações mais francas até agora sobre os custos econômicos do conflito e os efeitos das sanções, o Ministério apontou, em um documento interno, que as tensões geopolíticas representam “os maiores riscos de desestabilização da economia russa”.

Publicamente, o governo russo minimiza o impacto das sanções, que até agora foram limitadas a algumas dezenas de autoridades, empresários e bancos. Mas os EUA e a União Europeia continuam a ameaçar a imposição de restrições mais amplas que afetariam setores inteiros da economia russa – isso se Moscou não ajudar a conter os separatistas pró-Rússia que lutam no leste da Ucrânia.

O medo de sanções mais amplas parece ter estimulado a Rússia a agir para diminuir o conflito nas últimas semanas, incluindo esforços recentes de pressão por uma solução negociada. No entanto, autoridades de Kiev e de muitas capitais ocidentais afirmam que o país ainda precisa fazer mais.

O documento do Ministério de Finanças russo, discutido em uma reunião de gabinete nesta quinta-feira, destaca o alarme interno provocado pelo risco de novas sanções. Apesar de dizer que a economia tem “reservas adequadas para compensar pela maioria das perdas econômicas provocadas pelas sanções”, restrições a setores inteiros da economia derrubariam o crescimento para pouco mais de zero e teriam “impacto substancial” nos próximos anos.

“A imposição de sanções em setores individuais da economia russa pode levar à piora das condições financeiras e dos termos de empréstimos, à alta no prêmio de risco e ao aumento da fuga de capital”, disse o relatório, acrescentando que uma queda maior do rublo, um aumento da inflação e um declínio na confiança do consumidor e nos investimentos também devem ocorrer.

A economia russa já estava à beira da estagnação antes das sanções. O PIB do país cresceu 1,3% no ano passado, bem menos que previsões anteriores de 3,5% – e deve expandir somente 0,5% este ano, segundo a previsão do governo. A crise na Ucrânia só piorou o cenário. Autoridades e analistas agora afirmam que a economia pode ter entrado em recessão no segundo trimestre. Fonte: Dow Jones Newswires.

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