Transportadores

Roubo de carga encarece os produtos

A falta de dados oficiais e atualizados sobre o roubo de cargas está causando reclamações de empresários do setor de transportes. Os últimos números sobre o assunto, de abrangência nacional e procedentes da associação das empresas da área, foram divulgados em 2007.

Enquanto isso, os transportadores dizem que não têm formas de avaliar as rotas mais seguras e verificar o prejuízo que o problema gera no Paraná. Estima-se que o risco de roubo das cargas eleve de 10% a 12% o preço do frete no Estado.

“As empresas arcam com muita coisa, mas esse acréscimo acaba sendo repassado ao cliente”, afirma o superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar), Luiz Carlos Podzwato.

O custo extra envolve desde o seguro mais caro até os equipamentos de rastreamento e a contratação de empresas de monitoramento exigências das próprias seguradoras para que o preço do seguro não seja ainda maior. “Por conta disso, poucos caminhões acabam segurados contra roubo. O seguro que é feito é só da carga”, explica.

A última pesquisa mais ampla sobre o roubo de cargas, feita pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), dava conta que, em 2007, foram 11,7 mil ocorrências no País, que geraram prejuízos de R$ 735 milhões no total.

Na Região Sul, as ocorrências foram 967 e as perdas foram de R$ 88,4 milhões. Além disso, dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT) demonstram que, entre 2001 e 2008, mais de 300 empresas de transporte foram à falência devido a problemas econômicos gerados pelo roubo de cargas.

Segundo Podzwato, tudo indica que, no ano passado e neste ano, os números das ocorrências continuaram parecidos, ou até aumentaram. “É o que ouvimos de empresas de gerenciamento de risco e seguradoras”, diz.

Para buscar dados mais regionalizados e atuais, a Setcepar está implantando um sistema para que os associados informem, diretamente ao sindicato, as ocorrências de roubo de cargas em suas empresas.

Para preencher o formulário específico para a comunicação dos eventos, basta o empresário acessar o site da entidade, no endereço www.setcepar.com.br, clicar na guia de Serviços e, depois, em Roubo de Veículos.

O presidente do Setcepar, Fernando Klein Nunes, diz que, por enquanto, o que se sabe é apenas que a maioria das quadrilhas age nas estradas do Sul e Sudeste do Brasil, e que as principais cargas roubadas são de eletroeletrônicos, comida, roupas, remédios e pneus.

“Mas, ainda sim, não são dados oficiais”, ressalta. “Precisamos de mais segurança nas estradas e isso também será realizado se os empresários do setor tiverem acesso aos arquivos oficiais que abordam o assunto”, cobra.