Risco Brasil retoma alta com crise de liquidez externa

Passado o otimismo de fim de mês que possibilitou a queda não só do risco-país brasileiro, mas também de outros mercados emergentes no fim da semana passada, o indicador retomou a tendência de alta nesta segunda-feira. Às 17h45, o indicador subia 4,7% para 1.598 pontos, e perdia apenas para os índices da Argentina (7.033 pontos) e Nigéria (1.675 pontos). O Equador, país que declarou moratória em 1999, tinha a quarta posição do ranking, com 1.251 pontos.

O risco-país reflete a confiança do investidor estrangeiro em determinada economia. Calculado pelo banco JP Morgan, o indicador mede, em centésimos de pontos percentuais, a diferença entre os juros pagos pelos títulos da dívida de um país e os do Tesouro dos EUA, considerados de risco zero. Quanto maiores esses juros, maior o risco-país e maior a chance, na opinião do mercado, do país declarar moratória.

A cotação dos títulos opera no sentido contrário dos juros -quanto maiores os juros, menor a cotação. Hoje, o C-Bond, principal título da dívida brasileira no exterior, recuava 3,55% para 61,12% do valor de face. Uma crise de liquidez que afeta os mercados externos- potencializada pelos recentes casos de fraude nas norte-americanas Enron, Xerox e WorldCom, que aumentam a desconfiança dos investidores- está reduzindo o dinheiro destinado aos mercados emergentes.

Quanto menos capital têm para aplicar, mais os investidores internacionais evitam exposições aos mercados emergentes, o que tem diminuído significativamente a entrada de recursos externos no país e dificultado a rolagem de títulos da dívida brasileira no exterior. O fim de semestre deixou muitos investidores de peso ocupados com balanços e fora do mercado na última sexta-feira, possibilitando um recuo do risco-país.

Além disso, a recente escalada do dólar- hoje a moeda fechou com sua maior cotação desde a criação do real há exatos oito anos, R$ 2,90 – infla a dívida brasileira indexada à moeda norte-americana, diminuindo a capacidade de solvência do país. (Correio Web/ FolhaNews)

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