Retorno das chuvas faz cair tarifa de referência

Rio (AE)- A volta das chuvas na região sul, após três meses de seca acentuada, viabilizou a queda nas tarifas de referência de energia elétrica no mercado atacadista pela terceira semana consecutiva. Segundo dados da Câmara de Comercialização e Energia Elétrica (CCEE), o MW/h médio nos três submercados que estão trabalhando com preços praticamente sincronizados (sudeste/centro-oeste/sul e norte) caiu para R$ 97,68, com redução de 2,35% na semana. No nordeste, que continua com as menores tarifas no País, o MW/h médio registrou alta de 2,07% na semana, subindo para R$ 49,86.

Conforme o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) as chuvas de agosto no sul ainda estão baixas, mas estão acima do observado nos meses de maio a julho. Em agosto, até ontem, as chuvas ficaram em torno de 47% da média histórica, o que ainda configura uma situação de seca. Mas como o ONS aumentou a geração das térmicas da região e continua transferindo grandes blocos de energia do sudeste para o sul, os reservatórios da região estão se recuperando.

Segundo o ONS, ontem os reservatórios do sul estavam em torno de 35,15% da capacidade máxima de armazenamento, o que garantia uma folga de 22,15 pontos percentuais em relação à curva de aversão ao risco. Embora ainda elevadas, as transferências do sudeste para o sul caíram para cerca de 3.800 MW médios, após atingir até 5.500 MW médios no mês passado. A térmica da Araucária, no Paraná, entrou em regime de testes e deverá ser acionada a partir de setembro, o que amplia a oferta de energia no sul do País.

É provável que também a térmica Uruguaiana volte a gerar energia no mês que vem, se a Argentina retomar o fornecimento de gás natural para a usina, interrompido desde maio devido ao período de inverno. Na região sudeste/centro-oeste, que concentra cerca de dois terços da capacidade de armazenamento de energia/água no País, os reservatórios estão em torno de 64,46% da capacidade máxima, com folga de 20,85 pontos percentuais em relação à curva de aversão ao risco.

Tradicionalmente as chuvas no sudeste começam no mês de outubro, permitindo o aumento na acumulação de energia pelos reservatórios da região. No nordeste a situação continua com bastante folga, com os reservatórios situando-se em torno de 75,49% da capacidade máxima de armazenamento, o que significa uma folga de 40,78 pontos em relação às curvas de aversão ao risco.

O consumo de energia elétrica em agosto está acima da previsão inicial do Planejamento Mensal de Operação (PMO) do ONS, especialmente na região sul. A carga no sul está cerca de 2,28% acima do PMO de agosto (7.690 MW médios), de 1,59% no sudeste/centro-oeste (previsão de 29.471 MW médios) e 0,06% na região nordeste (previsão de 7.129 MW médios). No norte o aumento do consumo foi mais intenso e a região voltou a bater recorde no consumo instantâneo esta semana, atingindo um pico no consumo de 3.971 MW na quarta-feira. O consumo médio previsto no PMO para a região está em torno de 3.387 MW médios.

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