Brasília

(AE) – A questão do trigo trouxe divergências esta semana entre a área econômica e os ministérios da Relações Exteriores e da Agricultura. Os ministérios da Fazenda e do Planejamento estão preocupados com o alto preço do trigo e durante a reunião do Comitê de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex), o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Cláudio Considera, foi enfático ao defender a suspensão temporária da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul para a importação do cereal.

O Ministério da Agricultura e o Itamaraty, de acordo com uma fonte do Ministério do Desenvolvimento, foram contrários a essa idéia e, por isso, a proposta foi rejeitada pelo Gecex. Segundo um dos participantes da reunião, Considera afirmou que o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amauri Bier, e o Ministério do Planejamento temem que a alta dos preços nos últimos meses possa ser repassada em breve para o preço do pãozinho e, conseqüentemente, tem reflexos no indíce de inflação deste ano.

De acordo com o secretário de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, Pedro de Camargo Neto, a safra nacional de trigo está começando neste momento, e importações com isenção da TEC poderiam prejudicar os produtores, em plena colheita. O Itamaraty defendeu uma negociação com o governo da Argentina para a suspensão da sobretaxa de 20% estabelecida para as exportações de trigo e outros grãos no início do ano, em razão da crise econômica que o país enfrenta.

“A suspensão da TEC seria muito mais danosa para as vendas de trigo da Argentina para o Brasil do que o fim do imposto de 20%”, disse Camargo Neto.

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