As reservas internacionais brasileiras deram um salto de US$ 20 909 bilhões em apenas 35 dias e alcançaram a marca dos US$ 143 298 bilhões na terça-feira. Sustentada pela forte atuação do Banco Central (BC) no mercado de câmbio, a elevação foi suficiente para deixar as reservas apenas US$ 4,507 bilhões abaixo de toda a dívida externa de médio e de longo prazos do Brasil. Em março, o valor dessa dívida estava em US$ 147,805 bilhões. Mantido o ritmo de compras, o valor dessa dívida será alcançado antes do fim deste mês.
Quando isso ocorrer, o País estará dando um passo para eliminar a vulnerabilidade de suas contas externas e aumentar as chances de receber o grau de investimento das agências de classificação de risco. Ficaria faltando cobrir apenas US$ 28,066 bilhões do passivo externo de curto prazo. "A dívida externa de curto prazo não é fonte de preocupação, é uma modalidade de empréstimo externo que não costuma ser suspensa nem mesmo em momentos de crise", explicou uma fonte do governo.
Além de comprar dólares em mercado, o BC ainda fez no mesmo período de 35 dias intervenções no mercado futuro com a realização de quatro leilões de swap cambial reverso (em que paga aos bancos a variação do certificado de depósito interbancário e recebe a oscilação do câmbio). Essas operações alcançaram US$ 6,3 bilhões. Mesmo assim, não foram suficientes para evitar que a taxa de câmbio se valorizasse e o dólar ficasse cotado abaixo de R$ 2.