Requião assina decreto e retoma pátio do porto

O governador Roberto Requião assina hoje um decreto que acaba com o convênio, assinado na administração anterior, que repassava ao Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado do Paraná (Sindicam) a administração do Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá. Com a medida, o espaço volta a ser de responsabilidade da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), que – de imediato vai liberar a entrada e saída de caminhões do local. “O convênio foi usado em detrimento da ordem pública, da economia e do interesse dos portuários”, destaca o governador.

Com a abertura do pátio, fechado desde a última terça-feira (25) pelo Sindicam, os caminhoneiros voltarão a descarregar suas cargas normalmente no porto e a previsão é de que a longa fila de caminhões formada na BR-277 seja eliminada ou reduzida no menor tempo possível. “Acreditamos que num prazo de 72 horas, já haja um fluxo normal dos caminhões. O trânsito vai ser lento, mas contínuo”, calcula o superintendente da APPA, Eduardo Requião.

A decisão tomada pelo governador e pela direção do porto foi discutida com lideranças de 11 sindicatos ligados ao serviço portuários, dos quais a APPA recebeu apoio unânime. São os sindicatos de arrumadores, de conferentes, de estivadores, de condutores, dos autônomos, de movimentação de mercadorias, de consertadores, da cooperativas de transportes, dos despachantes, da Copadubo e do Sintraport.

Xeque

O Pátio de Triagem foi fechado pelo Sindicam como forma de pressionar o Sindicato dos Terminais a aumentar o valor das diárias dos caminhoneiros. A direção do porto entendeu que o problema não era da alçada da APPA e, por isso, procurou não interferir no problema. “Apoiamos manifestações democráticas, mas não podemos aceitar um protesto que coloca em xeque a credibilidade do porto e da economia do Paraná e ainda prejudica milhares de caminhoneiros”, analisa o superintendente da APPA.

Com a rescisão do convênio com o Sindicam, o pátio de triagem – um espaço de 330 mil metros quadrados onde ficam cerca de 1.200 caminhões passa a ser denominado Pátio de Estacionamento de Caminhões. “O fim do convênio se tornou necessário porque houve má conduta do sindicato conveniado que, em vez de propiciar conforto aos caminhoneiros, realizou um protesto como instrumento de pressão em prejuízo direto a terceiros”, analisa o procurador jurídico do porto, Alaor Ribeiro dos Reis.

Durante os dias de protesto do Sindicam, o Porto de Paranaguá procurou manter os serviços de exportação da safra utilizando ao máximo o escoamento por trem, visando reduzir os prejuízos para a economia paranaense. Com a liberação do pátio, o escoamento da safra nos navios continuará a ser feito 24 horas por dia. As paralisações só ocorrerão em momentos de chuva.

A assinatura do decreto que acaba com o convênio com o Sindicam deverá ser feita pelo governador Roberto Requião por volta das 10 horas desta sexta-feira. Na seqüência, o Pátio de Estacionamento de Caminhões do Porto de Paranaguá será imediatamente liberado aos caminhões. A direção da APPA e o Governo do Paraná ainda vão discutir com as lideranças sindicais e portuárias o caminho a seguir a partir de agora. “Mas uma fato é certo: o pátio e o porto continuarão a ser públicos”, destaca Eduardo Requião.

Acordo para reduzir a fila

Olavo Pesch

Depois de três dias de negociações na Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap), os representantes do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Paraná (Sindicam/PR) finalmente assinaram ontem um acordo com os operadores portuários para tentar reduzir a fila de veículos rumo ao Porto de Paranaguá. Pelo acordo, o valor da diária paga aos caminhoneiros depois de duas horas de passagem pelo pedágio da BR-277 passa de R$ 0,25 para R$ 0,40 a tonelada/hora, mas somente para os caminhões carregados até à meia-noite de quarta-feira (26). Para os embarques a partir de ontem, os exportadores continuarão pagando R$ 0,25 a tonelada/hora.

O acordo assinado pelos representantes dos nove terminais privados e dez empresas que operam no terminal público do porto previa o desbloqueio do pátio de triagem a partir das 19h de ontem. “Acreditamos que dentro de 24 a 48 horas a situação estará resolvida. Se não chover, a fila deve diminuir consideravelmente”, disse José Roberto Corrêa, presidente da Câmara Setorial de Terminais da Aciap. “Apesar de todo esse tumulto e dos caminhões parados, não tivemos nenhum incidente”, destacou.

Por causa do protesto no pátio de triagem, que ontem entrou no terceiro dia, caiu bastante o número de caminhões vindos do interior. No final da tarde, a fila estava no km 102 da BR-277, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. O congestionamento começava no pátio do Porto, no início da BR-277, se estendia pelos contornos Leste e Sul e avançava no outro trecho da BR-277, em direção ao Norte do Estado. Só que a fila não era contínua. Havia intervalos de 10 quilômetros na Serra do Mar e mais três nas proximidades do posto de pedágio da Ecovia.

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