Representantes do G-20 pedem atuação conjunta

Com o mesmo tom dos discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, o secretário de finanças do Tesouro do Reino Unido, Stephen Timms, reforçou neste domingo (9) a necessidade de reformas amplas das instituições multilaterais no combate à crise financeira internacional e da participação dos países não ricos neste processo. “Precisamos ampliar os papéis para permitir uma melhor atuação dos países emergentes”, disse durante entrevista coletiva, em São Paulo, ao final do encontro dos representantes dos bancos centrais e ministros das Finanças do G-20. “Existe o reconhecimento de todo o G-20 de que há necessidade de reformas no FMI (Fundo Monetário Internacional) e em outras instituições”, acrescentou.

Na opinião do secretário, essas transformações são necessárias porque há urgência da parte de todos os componentes do grupo de enxergar o progresso na resolução dos problemas decorrentes pela crise internacional. Também de acordo com Timms, a crise, que é de grandes proporções, gerou a necessidade de retrabalhar de maneira mais eficaz o fluxo financeiro internacional.

“Há necessidade de trabalharmos juntos”, afirmou, destacando a relevância de ações transparentes e da atuação para detectar as causas da atual crise. Ele citou algumas medidas tomadas pela Inglaterra no intuito de recapitalizar instituições. “É a reação que podemos ter para este tipo de crise”, salientou.

Na mesma entrevista coletiva, o representante da África do Sul, Trevor Manuel, lembrou que o G-20 foi criado em meio à crise asiática, no final dos anos 90, e que a atual crise global fez com que o grupo voltasse a suas origens. Ele salientou que há a possibilidade de ocorrerem novos deslizes na gestão da crise, assim como já ocorreram no passado, quando grandes planos de ação não foram atendidos. “O ponto-chave é saber como devemos definir o momento agora”, afirmou.