Renda do trabalhador atinge o valor mais baixo desde 1985

São Paulo – No momento em que as centrais sindicais pressionam as empresas para repor perdas salariais com a inflação, a Fundação Seade e o Dieese divulgaram ontem pesquisa mostrando que a renda do trabalhador atingiu em janeiro o valor mais baixo desde 1985. De acordo com o estudo, o rendimento real médio dos ocupados na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) diminuiu 2,8% em janeiro, passando a corresponder a R$ 873, valor 8,8% inferior ao registrado em janeiro do ano passado. Entre os assalariados, a redução foi de 8,2% na comparação com 2002. O salário real médio ficou em R$ 918, relativamente estabilizado (-0,4%) se comparado com o mês anterior.

Na avaliação dos responsáveis pela pesquisa, a perda do poder aquisitivo do trabalhador é um dos fatores que contribuem para o aumento do desemprego. No mês passado, a taxa de desemprego na RMSP subiu de 18,6% para 19,1% da População Economicamente Ativa (PEA). É a mais alta desde maio de 2002, quando o desemprego tinha sido de 19,7%. Os dados indicam que havia 1,785 milhão de pessoas sem trabalho em fevereiro, 35 mil a mais do que no mês anterior.

A pesquisa revela que o valor do rendimento real médio (descontada a inflação) de ocupados e assalariados em janeiro foi o pior desde janeiro de 1985, quando a Seade e o Dieese começaram a pesquisar o emprego na região.

De lá para cá, o rendimento dos ocupados perdeu 48,9% do seu poder aquisitivo e o dos assalariados encolheu 48,6%, seguindo tendência acentuada nos últimos cinco anos. Nos últimos meses, a alta da inflação foi um dos fatores que mais contribuíram para o achatamento dos rendimentos do trabalhador.

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