O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 19, ao jornal O Estado de S. Paulo que deverá enviar a reforma administrativa ao Congresso ainda em novembro.

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“Não sei se vamos conseguir, mas queremos mandar ainda nesta semana ou na próxima”, afirmou. “O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fica nos cobrando o tempo todo, ‘Quando é que vocês vão enviar a reforma administrativa?, quando é que vocês vão enviar a reforma administrativa?’, e a gente quer encaminhar isso o mais rápido possível.”

Sobre sua afirmação de que a reforma administrativa não seria encaminhada “tão cedo” ao Legislativo, feita durante uma entrevista coletiva realizada na segunda-feira em Brasília, da qual participava também o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, Guedes disse que houve “um mal-entendido”.

“A gente estava falando com os jornalistas sobre a liberação de verbas do Orçamento e depois de um tempo pediu licença para sair, porque tinha de ir para outra reunião”, afirmou. “Aí alguém perguntou se a gente iria tratar da reforma administrativa e o Onyx respondeu que sim. Logo em seguida, outro jornalista perguntou se a reforma administrativa seria enviada para o Congresso hoje ou amanhã e eu falei que não seria ‘tão cedo’. O pessoal entendeu que isso significava que a reforma ficaria para o ano que vem, mas não foi isso que eu quis dizer. Quando eu disse que não seria enviada tão cedo ao Congresso estava me referindo a hoje ou amanhã.”

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Segundo o ministro, apesar de o presidente Jair Bolsonaro ter declarado que a reforma administrativa será “a mais suave possível”, ele acabará apoiando sua proposta. “Acho que vai apoiar. Ele sempre apoia”, afirmou. “Foi assim também com o pacto federativo e a Previdência.”

Na segunda-feira, Bolsonaro disse que o texto “vai aparecer aí, mas vai demorar um pouco”. Como o jornal O Estado de S. Paulo noticiou, a elite do funcionalismo público, composta por carreiras do Ministério Público, Banco Central, Receita Federal, entre outras, trabalha para barrar a iniciativa do Executivo de reformar o RH do Estado.

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Até 2022, fim do governo Jair Bolsonaro, cerca de 26% dos funcionários públicos vão se aposentar. Esse quadro é considerado uma janela de oportunidade para emplacar as mudanças para a equipe econômica.

Sem decisão

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), disse na terça-feira que a reforma administrativa pode ficar para o ano que vem. “Mas não tem nenhuma decisão tomada sobre isso.”

Bezerra disse que o presidente Jair Bolsonaro pediu para avaliar “todos os pontos da reforma”. “Acredito que devemos ter nos próximos dias a matéria completa, reavaliada, avaliada, para se definir a data de encaminhamento”, disse.

O senador disse que “o que está pegando” e trava a reforma é que há muitos assuntos para ser deliberados no Congresso. “Está se fazendo uma avaliação de natureza mais política. O presidente está ouvindo, sobretudo, suas lideranças no Congresso Nacional sobre a oportunidade de envio da reforma administrativa ainda neste ano”, declarou. / COLABORARAM MATEUS VARGAS e LIGIA FORMENTI

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.