Brasília (AE) – Os agricultores terão R$ 18,950 bilhões para custear o plantio, a comercialização e os investimentos da próxima safra de grãos (20002/03), o que representa 28,9% a mais que os R$ 14,7 bilhões liberados no ano passado. Segundo anúncio feito ontem pelo ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, no total, esses recursos poderão chegar a R$ 21,670 bilhões, considerando o retorno que haverá com os empréstimos de custeio que deverão ser reaplicados no setor rural, a exemplo do que tradicionalmente ocorre.

O ministro também anunciou a correção dos preços mínimos para o milho, arroz e algodão (entre 12% e 27,86%), culturas que o governo federal tem interesse em equilibrar o oferta no mercado interno, e cinco novos programas de investimentos, além dos 14 já existentes.

Do global de recursos anunciados pelo ministro, R$ 15,950 bilhões se destinam a financiamentos para custeio e comercialização, sendo que desse valor R$ 11,320 bilhões serão emprestados com juros de 8,75% ao ano, que são as taxas praticadas conforme as regras do crédito rural e R$ 4,630 bilhões serão emprestados com outras taxas fixas que variam de 6% ao ano a 10,75% ao ano, como é caso de programas financiados com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Mais renda

Os recursos a serem aplicados no setor rural com juros livres somam R$ 3 bilhões. Pratini de Moraes disse que a maior preocupação do governo neste ano é a de propiciar aumento de renda ao produtor rural. “O recorde de 100 milhões de toneladas de grãos já obtivemos em 2000/01. Agora queremos aumentar a renda do produtor”, observou.

O governo decidiu ampliar em mais cinco os programas de investimentos e ajustar as condições de cinco dos 14 programas já existentes. Os programas novos serão contemplados com R$ 770 milhões, também dos cofres do BNDES, e têm como objetivo apoiar atividades e produtos considerados estratégicos pelo governo federal.

Irrigação

Para o Programa de Apoio à Agricultura Irrigada (Prorriga) serão destinados R$ 200 milhões para apoiar projetos de irrigação, econômica e ambientalmente sustentáveis. O Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Pecuária (Prodecoop) receberá R$ 250 milhões e tem como objetivo permitir a modernização dos sistemas produtivos e de comercialização das cooperativas, para agregar e aumentar as exportações de produtos agropecuários.

Já o Programa de Plantio Comercial de Florestas terá R$ 60 milhões e tem como meta estimular o cultivo de florestas industriais porque o Brasil precisa reflorestar anualmente 500 mil hectares e refloresta, atualmente, 200 mil hectares. Para o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cacauicultura serão destinados R$ 230 milhões. Por fim, o Programa de Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal receberá R$ 30 milhões e se destina a financiar a reposição de animais no caso daqueles que tenham de ser abatidos quando contraírem a doença.

Pratini de Moraes confirmou que o Programa de Modernização de Frotas e Tratores Agrícolas (Moderfrota) terá R$ 2 bilhões novo ano safra (julho de 2002 a junho de 2003). Desse total, R$ 1 bilhão será emprestado neste semestre e o restante no primeiro semestre do ano que vem.

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