Recursos para campanha contra “morte súbita”

São Paulo

  – Com o slogan “A informação é sua melhor arma” a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo e o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) lançaram ontem a campanha contra a morte súbita dos citros, doença de causa desconhecida que já destruiu três milhões árvores de laranja em São Paulo e Triângulo Mineiro. A iniciativa terá recursos de R$ 35,6 milhões, que serão usados no mapeamento da doença em todo o parque citrícola paulista, que possui 211 milhões de árvores, e em uma campanha de informação ao produtor.

Do total a ser aplicado, o Ministério da Agricultura vai liberar R$ 10 milhões, dos quais R$ 5,5 milhões serão repassados ao Fundecitrus, R$ 2,5 milhões para a secretaria, R$ 1,5 milhão para o Estado de Minas Gerais e R$ 500 mil para o Paraná. O dinheiro será liberado nos meses de abril, junho e agosto.

Segundo o secretário de Agricultura de São Paulo, Duarte Nogueira, o financiamento de telas terá 4% de juros ao ano, carência de 6 meses e prazo de pagamento de 5 anos. Nogueira explica que o financiamento é necessário para que os produtores de mudas utilizem telas mais finas para impedir a entrada do pulgão que transmite a doença para dentro dos viveiros.

A morte súbita do citros mata rapidamente as árvores formadas sobre porta-enxertos da variedade limão cravo, caso de 85% do parque citrícola paulista. Por enquanto, sabe-se que a doença já atingiu 13 municípios de São Paulo e Minas Gerais.

Exportações

O presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), Ademerval Garcia, disse que o atual estágio da doença não compromete as exportações brasileiras de suco de laranja concentrado. Segundo ele, existem 3 milhões de árvores afetadas, o que corresponde a uma perda de 6,06 milhões de caixas de 40,8 quilos de laranja. “Esse é um volume de perda normal nas oscilações de produção entre uma safra e outra. As exportações serão afetadas se pelo menos 30 milhões de árvores forem atingidas pela morte súbita”, disse.

Dados da Abecitrus informam que o Brasil deve exportar 1,1 milhão de toneladas de suco de laranja concentrado na safra 2003/04, que começa em junho. O volume é o mesmo do período anterior. Garcia afirmou que, ao contrário do esperado, as indústrias não vão conseguir repor os estoques ao volume considerado ideal, de 150 mil toneladas. “A quebra da safra da Flórida neste ano fará com que os Estados Unidos importem mais suco de laranja e, com isso, não vamos conseguir recompor os estoques”, afirmou.

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