Recrutamento e formação para vendedores de livros

Ao contrário do que a maioria da população pode pensar, a profissão de vendedor de enciclopédia não está chegando ao fim com a popularização da internet. O Ministério do Trabalho deve assinar nos próximos meses um convênio com a Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL) para o programa de recrutamento e capacitação de milhares de novos vendedores de livros em vários estados, inclusive no Paraná.

Isso porque os números do setor editorial, que faturou R$ 2 bilhões em 2007, mostram que a venda de livros de “porta a porta” vem crescendo nos últimos anos.

De acordo com a pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), as vendas de livros de porta a porta teve um crescimento de 9,13% em 2007, em comparação com o ano anterior. Para 2008, a expectativa é de o volume de vendas tenha sido ainda maior em relação a 2007.

Segundo o estudo, a venda porta a porta é a terceira forma de vendas que mais comercializou exemplares em 2007, com quase 20 milhões de exmplares, ficando atrás apenas das livrarias, que negociaram 90 milhões de livros naquele ano (47,69% do volume vendido) e dos distribuidores, que venderam 43 milhões (21,58% das vendas).

A venda porta a porta ainda teve um crescimento vertiginoso em comparação aos demais canais de negociação com os leitores. Enquanto que as livrarias aumentaram suas vendas em 5,05% e os distribuidores tiveram um retrocesso de -13,2%, os vendedores de rua venderam 91,3% em 2007, ante a 2006. O resultado fica atrás apenas do desempenho da Internet, que em 2007 vendeu 285,05% a mais que no ano anterior.

De acordo com o presidente da ABDL, Luís Antonio Torelli, esse crescimento se deve ao fato de os vendedores focarem os trabalhos nas classes C e D. “Essa gama da população ascendeu nos últimos anos e passou a comprar mais e entender os benefícios da leitura”, afirma.

Segundo Torelli, esse público alvo ajudou o desempenho dos vendedores porque ainda não faz compras pela internet e não e ao fazer a compra não mantém um gênero pré estabelecido.

Torelli afirma que os cursos de capacitação devem formar 1,2 mil vendedores em todo o País. segundo ele, serão oferecidas bolsas (o valor ainda não foi estabelecido) e uma ajuda de custo para transporte e alimentação. Cada curso terá duração de 200 horas e abordará, entre outros temas, técnicas de venda e informática.

“Esse primeiro pessoal que será capacitado terá emprego garantido. Hoje temos 35 mil vendedores no País. O ideal seria que houvesse o dobro”, afirma Torelli. De acordo com o presidente da ABDL, o salário de um vendedor de porta a porta pode variar de R$ 1 mil a R$ 5 mil.

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