Real resiste ao vaivém do mercado

Ao contrário de outras crises em que rapidamente o dólar disparava, desta vez o câmbio se mantém praticamente estável. Enquanto as ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caíram 12,2% entre o último dia útil de 2007 e ontem, o dólar teve alta de apenas 0,96% no mesmo período. Na avaliação de analistas, os fundamentos econômicos mudaram e hoje o Brasil tem mais ativos em dólar, o que lhe garante a relativa estabilidade do câmbio.

"Hoje os países emergentes são doadores de capital, ao contrário da década passada?, afirma Nathan Blanche, sócio da Tendências Consultoria Integrada. Segundo ele, depois das crises enfrentadas pelos emergentes e dos ajustes externos seguindo as regras do Fundo Monetário Internacional (FMI), esses países conseguiram acertar as contas externas. É exatamente essa retaguarda da economia real que não permite que a cotação do dólar dispare. "Sai um pouco de capital da bolsa, mas não há impacto na taxa de câmbio?, afirma.

"Depois dos ajustes que foram feitos, o País está muito mais resistente a choques?, afirma o economista-chefe da Corretora Concórdia, Elson Teles. Segundo ele, além de reservas de US$ 185 bilhões, as perspectivas de financiamento do balanço de pagamentos são favoráveis, com a entrada de investimentos diretos e o saldo comercial ainda positivo este ano.

Voltar ao topo