Real com melhor valorização

O dólar comercial iniciou o segundo semestre com mais um recorde de baixa. Registrando desvalorização de 0,21%, a moeda norte-americana fechou ontem vendida a R$ 2,838, seu menor valor desde 12 de julho de 2002. Apesar da pressão de bancos, empresas e investidores, que aproveitaram o preço relativamente baixo do dólar para comprar, uma nova safra de boas notícias animou o mercado, impedindo que as cotações subissem. Também o fluxo de entrada dos recursos captados por empresas brasileiras no exterior se mantém elevado.

Para os que defendem um novo corte de juros em julho, a declaração da ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, de que os preços dos combustíveis devem cair ainda nesta semana soou como música. A redução ajudaria a compensar a tradicional alta dos preços controlados neste mês, e os indicadores de inflação não disparariam.

Os últimos índices, aliás, também alimentam o otimismo. O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal), medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), apontou deflação de 0,03% nas quatro semanas encerradas em 22 de junho.

Além da perspectiva de redução da Selic, a taxa básica de juros da economia, que está atualmente em 26% ao ano, o superávit de US$ 10,398 bilhões acumulado pela balança comercial no primeiro semestre e o saldo positivo de US$ 2,357 bilhões em junho contribuem para o bom humor dos investidores.

Completando o cenário positivo, o risco-Brasil cedeu 2,53%, para 769 pontos. O C-Bond, principal título da dívida externa brasileira, era ontem negociado a 88,875% do valor de face, com alta de 0,49%.

Dívida cambial

Não se confirmou a expectativa de que as cotações subissem muito nesta terça-feira pela liquidação dos contratos de “swap” que não foram renovados pelo Banco Central. A autoridade monetária rolou 67,5% da dívida cambial de US$ 2,48 bilhões que vencia ontem. Assim os investidores que detêm os títulos não renovados como forma de “hedge” (proteção contra oscilações da moeda) poderiam comprar dólares no mercado à vista e futuro para se proteger.

Analistas de mercado dizem que a procura por “hedge” não é grande. Isso porque a melhora das perspectivas para o país faz diminuir o medo de empresas e investidores de uma crise que poderia fazer o dólar disparar.

Da mesma forma, a diminuição do endividamento cambial do governo é bem vista pelo mercado.

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