Reajustes em serviços públicos e combustíveis pressionam inflação

Impulsionada pelos aumentos dos combustíveis, energia e telefone, a inflação de julho já começa o mês em, no mínimo, 0,76%, mais de 3,5 vezes a do mês anterior, de 0,21%. Os chamados preços administrados – controlados pelo governo – mais os combustíveis, que foram liberados em 1º de janeiro, voltam ao posto de vilões da inflação, depois de serem desbancados pelos alimentos em 2001.

No acumulado do ano, as tarifas de energia e o preço do gás de botijão tiveram um impacto de 0,76 ponto porcentual no IPCA, segundo o economista Paulo Brück, do Instituto Fecomércio. Considerando que o índice total é de 2,51%, só os dois ítens de uma lista de 52 – foram responsáveis por cerca de um terço da inflação de 2002. Até agora, gasolina e diesel têm impacto negativo de 0,12%, devido à redução de 25% no preço da gasolina no início do ano.

Esta situação, porém, será revertida em julho, devido aos aumentos nos preços de gasolina e diesel, anunciados na semana passada, e do gás de botijão, que entra em vigor na sexta-feira (5). A gasolina subiu 6,75%; o diesel, 9,5%; e o gás de botijão subirá 6,2%.

Se os repasses ao consumidor seguirem os porcentuais anunciados, terão impacto no IPCA de 0,36 ponto porcentual, segundo Brück, revertendo a baixa do primeiro semestre.

O telefone contribuirá com 0,20 ponto porcentual para a inflação deste mês. ?Isso sem contar as tarifas de celular, que devem ter aumento?, ressalta o economista. A energia em São Paulo, que sobe 14,24% amanhã (4), acrescenta mais 0,19 ponto porcentual. Assim, o índice de julho deve ultrapassar o maior do ano, registrado em abril, de 0,80%, também impactado pelos combustíveis.

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