Queda no consumo segura preços

Rio (AG) – A cada ponto percentual de reajuste sobre a gasolina e o diesel, a tendência é de uma queda de 0,2% no consumo brasileiro, afirmou ontem o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Segundo ele, este é um dos motivos pelos quais a Petrobras ainda não reajustou os preços, apesar de o petróleo no mercado internacional estar acima de US$ 40 desde meados de julho.

Gabrielli afirmou que a empresa continua observando o comportamento das cotações no cenário externo e disse que a empresa ?não pretende importar para o País as variações do mercado ?spot? americano?. “Vamos considerar a evolução dos preços em períodos mais longos, em três ou seis meses”, disse.

Gabrielli negou que a empresa esteja perdendo ao não reajustar os preços: “Não perdemos porque o nosso custo não é o americano. Nós administramos nosso conjunto de operações de forma que possamos prevenir eventuais perdas”, acrescentou.

Ele lembrou que não se deve esperar da Petrobras um comportamento equivalente ao das empresas norte-americanas. Ele também tentou explicar o lucro recorde obtido por empresas norte-americanas dizendo que não necessariamente, esses resultados estão atrelados aos preços internacionais:

“Houve um efeito cambial sobre o resultado de algumas empresas, em função da desvalorização do dólar em relação ao euro e ao ien. Os preços se elevaram em dólar, mas não aumentaram em euro e ien porque a moeda americana teve uma desvalorização”, observou.

Para o analista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-estrutura, a Petrobras vem perdendo R$ 23 milhões por dia por não reajustar seus preços. Ele estima que haja uma defasagem de 10% a 15% entre os valores cobrados pela Petrobras e os praticados no Golfo do México para a gasolina e de 22% para o diesel.

“O nosso mercado é diferente do mercado americano. Lá eles têm várias empresas competindo, enquanto aqui temos uma única produtora. Esses analistas estão confundindo banana com laranja”, rebateu o diretor da Petrobras.

No ano passado, o volume de vendas de gasolina no Brasil teve uma queda de quase 5%, mas já começou a se recuperar neste ano. Em junho, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, as vendas aumentaram 8,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado, atingindo 1.802.636 metros cúbicos.

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