A crise financeira internacional já começa a ser sentida pelos industriais brasileiros e não apenas nas questões relativas ao crédito, mas, principalmente, no que se refere à queda da demanda. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) entre os dias 6 e 14 deste mês, junto a 385 indústrias, e divulgada nesta quinta-feira (20), mostra que 88% das companhias consultadas se dizem impactadas pela crise econômica.

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A queda da demanda foi mencionada como o principal efeito das turbulências, seguida do aumento do preço dos insumos e equipamentos importados. Segundo a CNI, 57% das empresas que se dizem atingidas reduziram suas projeções de vendas para 2009.

Os investimentos no próximo ano também tendem a ser reduzidos. Dentre as empresas que tinham intenção de investir em 2009, 71% disseram que a crise afetou seus planos. Dentre essas, 57% companhias cancelaram ou adiaram os desembolsos por tempo indeterminado.

Somente 1% dos entrevistados acredita que a turbulência será superada ainda este ano. Para 40% dos entrevistados, a crise será solucionada somente em 2010 ou mesmo em anos posteriores. Outros 49%, no entanto, acreditam que os problemas terminarão já no ano que vem.

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Crédito

A situação do crédito continua preocupando os empresários. A CNI revela que 61% das empresas que participaram do levantamento afirmaram que a disponibilidade de financiamentos foi afetada pela crise. Dentre as empresas que tiveram essa percepção, 49% relataram que o crédito de curto prazo (usado, principalmente, para capital de giro) é o que está mais prejudicado. Para 21% das empresas que notaram dificuldade nos empréstimos a obtenção de financiamento de longo prazo é o maior problema.

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As ações do governo para combater os efeitos domésticos da crise, principalmente para irrigar o mercado de crédito, foram bem avaliadas pelas empresas: 52% dos entrevistados disseram que as medidas estão sendo efetivas, ainda que de forma moderada.

Impostos

A medida contra a crise mais desejada pelos empresários na época da pesquisa – citada por 59% dos entrevistados – é a ampliação do prazo para recolhimento de tributos. O governo atendeu a essa solicitação dos empresários na última segunda-feira (dia 17), por meio de Medida Provisória (MP) que aumentou em 10 dias o prazo para o pagamento de alguns impostos federais, tais como Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), do PIS/Cofins e da Contribuição Previdenciária.