Quase 10% da gasolina fora de especificações

Rio

  – São Paulo é o segundo Estado com maior índice de adulteração de gasolina do País, atrás apenas do Paraná. Segundo o Boletim de Qualidade da Agência Nacional do Petróleo (ANP), 13% das amostras pequisadas em postos paulistas estavam fora das especificações. No Brasil, 8,4% da gasolina vendida no Brasil estava fora das especificações em maio. A pesquisa levanta, pela primeira vez, o índice de adulteração por distribuidora. Dentre as grandes, apenas Agip e Repsol/YPF estão com índices acima da média.

A TA Distribuidora foi a que teve o maior índice de gasolina fora das especificações – quase 30%. No caso do diesel, todas as grandes distribuidoras, incluindo a BR, registraram índices acima da média. Neste combustível, os principais problemas, segundo o relatório da agência, referem-se a falhas no armazenamento e no uso de diesel com maior teor de enxofre nas regiões metropolitanas – onde deve-se usar um produto menos poluente.

No Paraná, 18,5% das amostras estavam fora de especificação. São Paulo, Paraná, Pernambuco, Piauí, Alagoas, Tocantins e Sergipe são, nesta ordem, os mercados que mais preocupam a agência, segundo o relatório.

No caso do diesel, essa média foi de 3,9%. Pernambuco e Paraná estiveram nas primeiras posições, com índices de 10,2% e 7,5%, respectivamente. São Paulo vem logo atrás, com 6,1% das amostras fora das especificações.

Álcool

O maior índice de adulteração foi encontrado no mercado de álcool hidratado, onde a média nacional foi de 10,1%. No Maranhão, metade do combustível pesquisado pela ANP estave fora das especificações. O principal problema, segundo o relatório, é a adição de água ao combustível em algum ponto da cadeia.

Nesta pesquisa, a agência cruzou os dados com a bandeira dos postos pesquisados. Assim, chegou às distribuidoras que apresentam maior porcentual de adulteração. Na gasolina, a TA, do Espírito Santo, foi a campeã, com um índice de 28%. No diesel o primeiro lugar ficou com a FIC, com 43%. No álcool, a Saara teve o maior índice, de 29%.

O gerente de logística da TA, Horst Vilmar Fucs, disse não concordar com os números da ANP. “Tivemos em maio um índice de conformidade muito baixo, pelo que sabemos, e a maior parte dos casos ocorreu porque alguns postos compraram álcool de outras distribuidoras”, afirmou.

Dezesseis empresas -principalmente a categoria “bandeira branca”, que agrega os postos sem vínculo com distribuidora – registraram um índice de falta de conformidade na gasolina acima da média. As multinacionais Repsol/YPF e Agip, as únicas grandes na lista, estiveram com índices em torno dos 10%. BR, Esso, Ipiranga e Shell, que completam a lista das grandes empresas do setor, tiveram índices oscilando entre 5%, abaixo da média nacional de 8,4%. Procuradas pela Agência Estado Repsol e Agip não retornaram aos pedidos de entrevista.

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