Pronaf liberou 42% mais recursos

O primeiro trimestre de operação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para a safra agrícola 2003-2004 fechou com a liberação recorde de R$ 508 milhões, um volume 42% superior ao do mesmo período (julho, agosto e setembro) de 2002. Foram assinados mais 4.082 contratos que no ano passado, o que elevou o número para quase 200 mil nos três meses. O salto na liberação dos recursos aconteceu a partir da segunda quinzena de setembro, quando a rede bancária passou a assinar uma média de 13 mil contratos por dia. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) quer concluir o Plano Safra para a Agricultura Familiar com 1,4 milhão de contratos assinados e ultrapassar em mais de 100% o valor da safra anterior, quando foram liberados R$ 2,2 bilhões.

O coordenador de Financiamento da Produção do Pronaf, João Luiz Guadagnin, explicou que a liberação recorde dos recursos virou realidade após a realização de ajustes nos sistemas operacionais dos bancos. Mas o fluxo se elevou expressivamente com a participação efetiva dos agentes facilitadores do crédito, como as entidades de assistência técnica e extensão rural – as Aters -, os sindicados e as associações de agricultores. Essas instituições facilitaram a vida do produtor ao eliminar a burocracia na emissão da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e dar suporte na elaboração do projeto para obtenção do crédito e negociação com o banco.

“Essas entidades deram uma maior segurança para o processo e a confiança de que o dinheiro está chegando para o agricultor”, explicou Guadagnin. Segundo o técnico do Pronaf, houve contratempos no início das operações, em julho. Mas isso só aconteceu porque o governo implantou uma série de inovações no Plano Safra 2003-2004: facilitou o acesso ao crédito, criou linhas específicas com limite maior de financiamento e estendeu os recursos a um público maior do que o atendido na safra anterior. “Toda vez que se inova, há problemas de adaptação. Mas hoje a máquina está totalmente azeitada”, afirmou Guadagnin. Ele informou que o ritmo das liberações do Pronaf deverá seguir forte até o fim do plantio da safra.

As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste do País, que foram as menos atendidas na safra passada, puxaram o crescimento nas liberações do crédito do Pronaf neste ano. No Nordeste, o número de contratos e volume de recursos subiram 334%. No Norte a elevação foi de 261% e no Centro-Oeste, 248%. Isso ocorreu, na opinião de Guadagnin, porque existia uma demanda reprimida nessas regiões e a ampliação e a facilidade na hora da liberação do crédito permitiram a participação de um universo maior de agricultores no programa.

Voltar ao topo