Projeto prevê cooperativa para catadores e vestuário

A Agência de Desenvolvimento Solidário da CUT, através do seu diretor Sérgio Athayde da Silva, entregou à Delegacia Regional do Trabalho (DRT/PR) um projeto que propõe a criação de uma rede de cooperativas para a confecção e reciclagem de lixo nos municípios do Estado. O objetivo é combater facções que contratam milhares de trabalhadores sem registro, com jornada excessiva e, ainda, mal remunerados. ?Os depósitos de lixo, comandados por atravessadores, estão mantendo trabalhadores em condições precárias e degradantes?, fala Sergio Athayde.

Serathiuk disse que vai solicitar recursos para o projeto ao governo do Estado e a inclusão da proposta no orçamento estadual.

A iniciativa visa auxiliar e incentivar o ramo de confecção do Paraná, que é um setor com milhares de postos de trabalho, de acordo com dados do Sindicato das Indústrias do Vestuário do Sudoeste do Paraná (Sinvespar). ?O projeto demonstra que o Estado tem 4,2 mil empresas no ramo de confecção, que produz roupas para as grandes marcas nacionais e para o empresariado de outros estados, sem que haja cobertura de direitos sociais e previdenciários?, diz.

Para o delegado do Trabalho, as cooperativas, tanto na área de confecção quanto de reciclagem de lixo, vão reduzir a incerteza do emprego, facilitar o aprendizado coletivo, incentivar a inovação, estabelecer compromissos e formar instituições.

Segundo Serathiuk, os governos e os bancos públicos devem ajudar os projetos de rede de cooperativas, de Economia Solidária e de empresas recuperadas sob controle dos trabalhadores. ?É melhor a criação de uma rede de produção e comercialização da escala para a inserção no mercado, com apoio das incubadoras tecnológicas, do que ficar dando dinheiro para Arranjos Produtivos do Agronegócio e para grandes empresas, ?que só concentram renda a custa de baixos salários, doenças ocupacionais, acidentes de trabalho e degradação ambiental. Dura realidade que passa na minha mesa todos os dias e que faz com que eu tenha certeza que temos que construir um novo caminho?, fala o delegado do Trabalho.

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