Pôr fim às explosões em silos de grãos é a proposta do Sistema de Ventilação em Silos (SVS) – projeto inédito idealizado pelo engenheiro agrônomo e de segurança do trabalho, Rui Skroch de Andrade. O projeto exigiu um ano e meio de pesquisa e será apresentado hoje a representantes de cooperativas e órgãos do setor, no miniauditório do Cefet-PR, em Curitiba, a partir das 11h. Segundo Rui, o que era para ser apenas uma monografia de fim de curso de especialização acabou se transformando em um projeto inédito no Brasil e no mundo, que pode ser aplicado em qualquer tipo de silo. O custo é estimado em R$ 100 mil.
As explosões, segundo Rui, são ocasionadas sobretudo pelo pó liberado pelos grãos no momento em que são despejados nos silos. “O pó é mais inflamável do que o álcool e o combustível”, compara o engenheiro. Segundo ele, o grão mais explosivo é o trigo, seguido pelo arroz, milho e soja. “O pó do trigo é o mais fino, portanto o risco de explosão é maior”, explica.
O projeto elaborado pelo engenheiro é o protótipo de um sistema de 20 metros de diâmetro e 30 metros de altura, com capacidade de 7.068 toneladas. O SVS é composto por dois semi-anéis ligados cada um deles a um exaustor (trifásico), com vazão de 85 mil metros cúbicos por hora. A poeira captada, explica Rui, é levada a um reservatório, de onde poderá ser reutilizado para a formulação de ração animal como material inerte ou voltar para o solo como adubo. Movido a dois ou três motores elétricos, o sistema conta com oito tubulações, cada uma delas com 20 orifícios, por onde sai a poeira.
De acordo com Rui, o novo sistema custa quatro vezes menos do que o utilizado, por exemplo, no Porto de Paranaguá, que é de R$ 500 mil. Além de acabar com o risco de explosões, o SVS traz ainda vantagens como a não contaminação do ar atmosférico pela poeira dos grãos, redução do teor de umidade dos grãos armazenados, diminuição da alta temperatura da massa de grãos, além da efetuação no controle do ataque de pragas.