O Conseleite (Conselho Estadual do Leite) está sendo apresentado com sucesso no 9.º Congresso Internacional do Leite, que está sendo realizado em Porto Alegre. A idéia de criar uma tabela com informações sobre os preços do leite ao produtor agradou a todos os participantes e o programa está sendo implantado em outros estados, como Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Segundo Ronei Volpi, representante dos produtores paranaenses através da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), que proferiu palestra sobre o programa, a iniciativa melhora o relacionamento entre os produtores de leite e as indústrias. ?A tabela divulgada pelo Conseleite não tem pretensão de fixar preços, mas de tornar-se uma referência tanto para os produtores como para as indústrias de laticínios?, comentou.
Volpi, que também é produtor de leite, acrescenta que terminadas as discussões sobre preços, produtores e indústrias passam a se unir para discutir outros problemas. ?Os baixos preços praticados pelas redes supermercadistas, por exemplo?, completou.
Panorama
Estão instaladas no Paraná 301 empresas de laticínios, entre pequenas, médias e grandes. Mais da metade dessas indústrias têm registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF), o que permite a comercialização interestadual e internacional de seus produtos.
As indústrias de leite e derivados são responsáveis pela geração de cerca de 136 mil empregos diretos e indiretos. O parque industrial lácteo do Paraná conta com unidades equipadas com alta tecnologia, equiparando-o a indústrias internacionais. Em 2005, o Estado deu início à exportação de queijos e leite em pó, atendendo a todas as imposições do mercado internacional. As indústrias do setor faturam cerca de R$ 1,4 bilhão ao ano, aquecendo a economia do Estado.
Segundo Volpi, o mercado paranaense vem evoluindo bastante, apesar do baixo investimento em novas indústrias de laticínios. ?Por outro lado, a produção de leite vem se firmando cada vez mais como fonte alternativa de renda para os pequenos produtores?, afirmou.
O 9.º Congresso Internacional do Leite está reunindo 1692 pessoas de 36 países, e já é o maior evento mundial da cadeia do leite. Nos três dias de evento, estão concentrados 57 expositores nacionais e internacionais e serão apresentados 129 trabalhos científicos voltados ao setor, com 61 palestrantes.
Entre os temas discutidos estão o cooperativismo como ferramenta propulsora da produção leiteira, as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e estratégias para aumento do consumo de lácteos no Brasil.
Segundo Ernesto Krug, presidente da Associação Gaúcha de Produtores de Leite e coordenador do congresso, ?no Brasil o consumo anual de lácteos é de 130 litros per capita. O consumo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 215 litros per capita?, informou Krug.
Uma particularidade é que o consumo de leite fluído no Brasil é compatível com os números mundiais, de cerca de 71 litros per capita ao ano. ?A diferença aparece no consumo de produtos lácteos, como queijos, iogurtes, entre outros.? Segundo Krug, a má distribuição de renda é a principal razão desta disparidade.
