Programa habitacional do governo ainda não decolou

Hoje faz um mês que a Caixa Econômica Federal passou a oferecer aos Estados e municípios o termo de adesão ao programa habitacional do governo federal “Minha Casa, Minha Vida”, lançado pelo governo no fim de março e inicializado em meados de abril.

Até a quinta-feira da semana passada (dia 7), quando foi apresentado o último balanço, a Caixa havia recebido 268 propostas para a construção de empreendimentos imobiliários. Desse total, 156 eram projetos para a faixa de renda familiar de até três salários mínimos. Mas apenas 10 contratos foram assinados até agora – ou 3,7% de todos os projetos oferecidos pelas construtoras. Ao todo, eles representam 1.730 unidades habitacionais. Dos empreendimentos aprovados pela Caixa, só dois se enquadravam na faixa de renda familiar de até três mínimos. Ou seja, apenas 1,3% do total de propostas apresentadas para atender a menor faixa de renda foi contemplado pelo banco. A direção da Caixa foi procurada e não quis comentar o assunto.

Para Mauricio Linn Bianchi, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon) e presidente da construtora BKO, o que preocupa não é o resultado apresentado pela Caixa até agora, mas o futuro, quando a oferta de projetos será bem maior. “O banco vai precisar de planejamento para fazer a roda girar. Sem isso, e com a atual estrutura, a Caixa não terá condições de analisar todas as propostas das empresas” avalia. Ainda segundo Bianchi, “poderá haver um afunilamento. Só um mutirão técnico dará rapidez ao processo”.