Pela terceira vez, este ano, os produtores rurais da região dos Campos Gerais protestam reivindicando uma política agrícola mais consistente, além de questionar a prática dos preços mínimos. Depois de Tibagi e Palmeira, o Movimento Pró-Agropecuária desta vez se mobiliza em Castro, e tem apoio de prefeitos de dez municípios da região, de deputados federais, de 17 sindicatos, entre eles o dos trabalhadores do comércio e da Associação Comercial local.
Um nova política agrícola. É o que pedem os produtores rurais. Segundo o presidente da comissão de mobilização do Sindicato Rural de Castro, Eduardo Medeiros Gomes, os preços dos produtos agrícolas caíram muito, quase 25% e, por isso, os trabalhadores da área estão trabalhando com prejuízo. ?O que significa desemprego, queda também no comércio e perda na economia de toda a região. A economia nacional vai bem, mas nós estamos quebrados?, conclui.
?Estamos muito chateados. Produtos com preços baixos na prateleira é ótimo, mas com prejuízo da parte de quem produz essa situação não vai se sustentar por muito tempo. O nosso problema é que estamos sustentando sozinhos essa estabilidade da economia. É assim que o produtor rural se sente, sem ter estabilidade também em sua atividade?, desabafa Gomes.
O ?tratoraço? de hoje começa às 7h30 com a concentração dos veículos rurais no quilômetro 291, da PR-151. A expectativa é que cerca de 180 tratores e cem caminhões participem. A carreata percorre um pequeno trecho da rodovia – com auxílio da Polícia Rodoviária e da Rodonorte – e entra na cidade, passando por ruas principais até chegar ao Parque Lacustre, onde serão feitos os pronunciamentos. Enquanto os tratores e caminhões estiverem passando, o comércio local promete fechar as portas em apoio ao movimento. O protesto não deve passar do meio-dia, mas, se necessário, terá continuidade.
?Depois da colheita de milho e soja, se não houver melhorias vamos fazer uma nova grande mobilização, desta vez em Ponta Grossa, para chamar a atenção para uma nova política agrícola?, alerta Gomes.
Ministério
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento não pôde comentar as reivindicações e os efeitos dos protestos dos produtores dos Campos Gerais porque, por se tratar de um assunto de cunho mais político, somente o ministro Roberto Rodrigues poderia comentar, mas ele estava em Caxias do Sul, para a Festa da Uva.
