Produtores de leite querem ampliar participação no mercado

Apesar de ser um dos produtos que mais se destacam no cenário do agronegócio paranaense, o leite produzido no Estado ainda enfrenta desafios referentes aos mercados local e externo. É responsável por um giro de R$ 2,6 bilhões ao ano na economia do Paraná, ocupa a quarta posição na cadeia produtiva do Estado, perdendo apenas para soja, carne e madeira, mas ainda carece de, junto com seus derivados, ser valorizado pelo comprador paranaense. Já no âmbito das exportações, o Estado tem potencial para aumentar a produção, porém ainda falta conquistar mercados.

Produtores e governo, no entanto, têm se unido para suprir as carências do setor, a começar pela divulgação. É o que está sendo feito na Avenida do Leite, primeira exposição promovida pela Prefeitura de Curitiba, que vai até o domingo, dia 9, no Mercado Municipal, dentro do programa ?Curitiba promove o agronegócio? e que pretende mostrar produtos e marcas paranaenses, além das etapas de produção, industrialização e comercialização do leite.

Segundo o diretor de Abastecimento da prefeitura de Curitiba, Luis Gusi, o Paraná é responsável por 10% de todo o leite consumido no Brasil, o que coloca o Estado na posição de principal produtor. ?Temos 301 indústrias que produzem leite e derivados, gerando 80 mil empregos no campo e 136 mil na área industrial?, enumera. Falta, porém, fazer o paranaense conhecer o produto feito aqui, principalmente pelas vantagens econômicas que o Estado angaria ao estimulá-lo escolher uma caixa de leite, queijo ou iogurte fabricados no Paraná quando vai às compras. ?Indústrias de ponta, como Nestlé e Danone, vêm de fora do Estado comprar a mesma matéria-prima que usamos para fazer produtos nossos, mas gerando empregos e riquezas para o Paraná?, justifica a engenheira agrônoma da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Maria Silvia Digiovani. Ela destaca ainda produtos que até pouco tempo só eram encontrados nas gôndolas dos supermercados via importação. ?Hoje as indústrias daqui produzem queijos, como gorgonzola e parmesão, que antes vinham de fora?, cita. O queijo paranaense é atualmente um dos destaques das exportações de derivados de leite feitas pelas indústrias locais, juntamente com o leite em pó.

O mercado externo, aliás, é desafio ainda mais marcante para os produtores. ?O Brasil sempre importava mais leite que exportava, mas 2005 foi o ano da virada, quando pela primeira vez invertemos esse quadro?, recorda Maria Silvia. Ela garante que há potencial até mesmo para triplicar a produção – que hoje, no Paraná, gira em torno de 2,5 bilhões de litros/ano. ?Possuímos rebanho, pasto, genética e produtores bem preparados. Só falta conquistar mercados?, informa. Para isso – acredita um dos representantes da Frimesa, o veterinário Rogério Minella -, resta apenas divulgar o produto paranaense. ?Temos fábricas modernas, bons produtos e preços competitivos?, destaca, entre os pontos a favor.

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