Produção industrial teve queda de 2,9% no Paraná

A produção industrial do Paraná voltou a apresentar queda em maio, de 2,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Também estão negativos os indicadores acumulado do ano (-2,2%) e nos últimos doze meses (-0,2%). Segundo a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, divulgada ontem, sete das doze áreas pesquisadas registraram retração. O Rio de Janeiro, cujo índice passou de 10,6% em abril para 14,3% em maio, foi a única região com aumento do ritmo produtivo, em razão da significativa ampliação da produção de petróleo e gás natural.

As indústrias do Rio Grande do Sul (5,7%), Espírito Santo (2,0%), Ceará (1,6%) e região Sul também aumentaram a produção em relação a maio de 2001, porém com taxas de crescimento inferiores às de abril. Nestas áreas, os segmentos mais dinâmicos foram os de refino, petroquímico e os que atendem à demanda agrícola (colhedeiras, tratores, fertilizantes), no Rio Grande do Sul e região Sul; e os que processam produtos agrícolas (fumo em folha beneficiado, açúcar cristal, castanha de caju), nos quatro locais.
Na comparação maio 2002/maio 2001, as maiores reduções ocorreram na indústria baiana (-19,0%) e nordestina (-10,8%), afetadas particularmente pelo desempenho negativo da química e da metalúrgica. A produção automobilística pressionou negativamente os resultados de Minas Gerais (-7,5%) e São Paulo (-5,6%). Em Pernambuco (-6,9%), o recuo foi motivado pelo setor têxtil, enquanto material elétrico e de comunicações afetou o desempenho de São Paulo, Santa Catarina (-4,2%) e Paraná.
Paraná
No Paraná, dez dos dezenove setores pesquisados reduziram a produção no comparativo com maio de 2001. As quedas que mais influenciam a formação da taxa global de -2,9% são as de material elétrico e de comunicações (-45,3%) e madeira (-17,4%), pressionadas, principalmente, pela redução em fio, cabo e condutor de cobre e madeira compensada, respectivamente. Novamente, o desempenho favorável alcançado pelo gênero produtos alimentares (4,7%), foi responsável pela contribuição positiva mais significativa, devido à ampliação na produção de rações e forragens balanceadas.
No acumulado de janeiro a maio (-2,2%), dez gêneros tiveram diminuição, sendo a principal influência negativa material elétrico de comunicações (-52,8%). Por outro lado, produtos alimentares permanece como destaque positivo, com incremento de 10,5%.
Já o indicador de tendência (acumulado dos últimos doze meses), que vinha desacelerando o ritmo de produção desde novembro de 2001, manteve o movimento em maio, registrando a primeira taxa negativa (-0,2%) desde janeiro de 2001. Esse resultado é explicado pela contração em material elétrico e de comunicações (-34,7%), devido à menor produção de fio, cabo e condutor de cobre, e em menor proporção, pelo segmento de papel e papelão (-16,4%). O maior decréscimo foi o da extrativa mineral (-35,8%). Por outro lado, o setor que mais influenciou positivamente o resultado global continua sendo o de produtos alimentares, com crescimento de 9,3%.

Petróleo salva o Sudeste

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, oito dos doze locais pesquisados tiveram queda: Pernambuco (-8,6%), Nordeste (-6,0%), Bahia (-5,0%), Minas Gerais (-4,5%), São Paulo e Ceará (ambos com -2,9%), Paraná (-2,2%) e Santa Catarina (-0,1%). A indústria fluminense (7,5%) continua na liderança do desempenho regional, puxada pelo forte aumento da produção de petróleo e gás natural. Na seqüência, aparecem: Rio Grande do Sul (3,7%), região Sul e Espírito Santo (ambos com 1,6%).
Nos últimos doze meses, a desaceleração do ritmo produtivo, verificada em nível nacional entre abril (-0,7%) e maio (-1,2%), ocorreu em sete locais, tendo sido mais acentuado nas indústrias mineira – que passou de -3,8% em abril para -5,1% em maio – e paulista (de -0,4% para -1,4%). Somente Santa Catarina (3,0%), Rio de Janeiro (1,4%), região Sul (1,2%) e Rio Grande do Sul (0,1%) tiveram, em maio, taxas anualizadas positivas. (OP)

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