Produção industrial fecha semestre com crescimento

A produção industrial brasileira aumentou no primeiro semestre deste ano. Segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado de 7,7% observado para o total do País, refletiu um aumento no ritmo de produção nos 14 locais pesquisados. Somente o Rio de Janeiro apresentou crescimento nulo no semestre. Os demais locais mostram aumento da produção, com as regiões Nordeste, Pernambuco, Bahia, Ceará e São Paulo experimentando considerável aceleração nas taxas de crescimento.

No Paraná, a indústria cresceu 5,6% no primeiro semestre, impulsionada pelos desempenhos favoráveis de dez ramos. Os principais impactos positivos vieram de veículos automotores (34,0%), madeira (23,4%) e alimentos (5,7%), onde sobressaíram os itens caminhões e automóveis; painéis de madeira e madeira compensada; café solúvel e carne de aves, entre outros. Já entre os quatro segmentos que reduziram a produção, vale destacar refino de petróleo e álcool com a principal contribuição negativa (-24,2%), vindo a seguir outros produtos químicos (-7,9%), minerais não-metálicos (-8,7%) e máquinas e materiais elétricos (-3,8%).

Em junho, os índices da produção industrial do Paraná prosseguiram apresentando comportamento positivo, porém com menos intensidade que a observada nos meses anteriores. Os acréscimos foram de 1,7% no mensal, 2,7% no segundo trimestre, 5,6% no acumulado do ano e 6,4% nos últimos doze meses.

Das 14 atividades pesquisadas, sete mostraram desempenho positivo em relação a junho de 2003. As principais contribuições positivas vieram de veículos automotores (97,3%) e máquinas e equipamentos (34,6%), sobretudo devido à maior produção de caminhões; automóveis; e de refrigeradores domésticos.

Do lado contrário, com quedas acentuadas, refino de petróleo e álcool (-83,7%) e edição e impressão (-36,0%) exerceram as principais pressões negativas. Em bases trimestrais, observa-se uma desaceleração do ritmo de crescimento na passagem do primeiro (8,7%) para o segundo trimestre (2,7%), que se deve, sobretudo, aos movimentos assinalados nas indústrias de refino de petróleo e álcool, que passa de -3,2% para -44,6%, e de edição e impressão, que passa de 50,2% para -14,9%.

Nacional

A região Nordeste passou de um crescimento de 2,0% no primeiro trimestre, para um aumento de 9,6% no trimestre seguinte, com os índices de Pernambuco variando de 4,3% para 11,1%, Bahia (de 7,3% para 12,7%) e Ceará (de 2,0% para 6,3%). A indústria paulista, que havia registrado 7,7% no primeiro trimestre de 2004, alcançou a taxa de 13,4% no segundo, sendo essa diferença explicada, principalmente, pelo aumento na produção de automóveis.

Com crescimento menos intenso, estão as indústrias de Minas Gerais (de 0,6% no primeiro trimestre para 3,9% no segundo), Espírito Santo (de 2,5% para 5,5%), Pará (de 7,1% para 9,8%), Rio Grande de Sul (de 4,2% para 6,9%), Amazonas (de 16,0% para 18,3%) e Goiás (de 4,3% para 5,3%). No total do País, o resultado de 7,7% para o final do primeiro semestre, reflete uma aceleração da atividade industrial de 6,0% no primeiro para 9,3% no segundo.

PIB industrial pode crescer acima de 6%

(AE) – O ministro do Planejamento, Guido Mantega, estimou ontem que o Produto Interno Bruto (PIB) industrial do País poderá ficar acima de 6% esse ano. Ele comemorou o desempenho da produção industrial divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com uma média de alta de 13% em junho sobre o mesmo mês do ano passado nas regiões pesquisadas. “Estamos contentes porque o setor de bens de capital é o que está à frente desse crescimento”, ressaltou.

Os dados confirmam, na avaliação do ministro, que o País vive um período de crescimento sustentável, com base também em investimentos empresariais. “Estamos com crescimento há 13 meses de forma contínua, e é preciso levar esse dado em consideração” observou. “O crescimento vai se prolongar no próximo ano, não é uma bolha”, adicionou. Para que isso seja concretizado, Mantega afirmou que o governo “vai prestar atenção nos pontos de estrangulamento” na área de infra-estrutura. “Não vamos ficar deitados na cama, esperando as coisas acontecerem”, reforçou.

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